As vendas no varejo no País registraram a sexta queda seguida e fecharam julho em baixa. O volume de vendas caiu 1% em relação a junho, o pior resultado para o mês desde o início da série em 2000, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje pelo IBGE. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a taxa ficou negativa em 3,5%. Pernambuco apresentou uma queda ainda maior, de 7,8%.
No ano, as vendas no Brasil >acumulam retração de 2,4% - a quinta variação negativa e o pior resultado desde março de 2003, quando houve um recuo de 6,1%. Em 12 meses, o resultado mostra retração de 1%. Já a receita nominal do varejo teve leve alta de 0,1% de junho para julho.
O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, cresceu 0,6% na passagem de junho para julho, interrompendo uma sequência de sete quedas, que gerou uma baixa acumulada de 10,5%. Frente a julho de 2014, no entanto, a baixa é de 6,8%. No acumulado em 2015, o desempenho nas vendas foi de queda de 6,5% e, nos últimos 12 meses, de 4,9%.
O Banco Goldman Sachs afirmou, em nota, que o resultado positivo para o varejo ampliado não representa melhora ou estabilidade do setor. Os analistas da instituição acreditam que o setor segue o caminho contrário no curto prazo, com perspectiva negativa devido a alguns fatores: desaceleração do fluxo de crédito por bancos públicos e privados, alto nível de inadimplência dos consumidores, contração do mercado de trabalho, taxa de juros altas e impostos elevados, inclusive a inflação.
Segundo comunicado da Federação do Comércio de Pernambuco, (Fecomércio-PE), a redução do volume de vendas com taxas cada vez menores é consequência da perda de confiança dos agentes, famílias e empresários, que estão retraindo consumo e investimento. “O atual momento econômico brasileiro vem impactando o setor de comércio de maneira muito negativa. Renda disponível menor devido a inflação, principalmente de alimentos, habitação e transportes se traduz em um orçamento cada vez menor”, avalia o comunicado.
No Estado, a maior queda foi do setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que reduziu suas vendas em 29,1% em julho e 28,4% no acumulado do ano. “O aumento dos preços dos produtos que tem componentes importados por consequência da desvalorização do real frente ao dólar e crédito encarecido por aumentos consecutivos da taxa básica dos juros são alguns dos fatores que hoje contribuem para que o setor apresente desaceleração”, afirma a Fecomércio-PE.