Preocupação com China pesa e Bovespa acompanha sinal negativo do exterior

A Bovespa abriu em queda nesta segunda-feira (19), acompanhando o sinal vindo do exterior, em meio às preocupações com a China, que penalizam sobretudo os setores de energia e mineração. No câmbio e juros, o alívio com o desmentido sobre a demissão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ajuda a determinar o tom dos negócios.

Às 10h25, o Ibovespa caía 0,49%, aos 47.003,82 pontos. Entre as blue chips, Petrobras (ON -1,55% e PN -1,38%) e Vale (ON -0,81% e PN -1,58%) recuavam, enquanto os bancos tinham um desempenho melhor (Itaú PN +0,67% e Bradesco PN +0,05%). Nos EUA, o Dow Jones futuro recuava 0,30%, o S&P 500 perdia 0,30% e o Nasdaq recuava 0,32%.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 6,9% no terceiro trimestre, na comparação com igual período do ano anterior. O resultado veio aquém dos 7,0% registrados nos dois primeiros trimestres do ano e é a primeira vez que fica abaixo dos 7% desde 2009. Mesmo assim, superou a previsão dos analistas, de expansão de 6,8%. Na comparação com o trimestre anterior, o crescimento chinês foi de 1,8%, expansão mais forte do que a registrada entre abril e junho (1,7%). Já a produção industrial cresceu 5,7% em setembro, ante projeção de +5,9%, enquanto as vendas de moradias avançaram 15,6%, uma forte desaceleração em relação à expansão de 31,5% no mês anterior.

No noticiário corporativo, a Vale informou mais cedo que cumpriu até fim de setembro 75,7% de sua meta de produção de minério de ferro para 2015. De janeiro a setembro, a produção total subiu 4,9% em relação a igual período do ano passado. Mesmo assim, as ações da mineradora são pressionadas pelo preço do minério de ferro na China, que caiu 0,2% hoje, a US$ 52,5 a tonelada. Já a Kroton (-1,90%) comentou que espera uma revisão nos procedimentos do Fies. Segundo o presidente, Rodrigo Galindo, a empresa deve entregar o guidance de 2015 provavelmente com um "upside".

Na sexta-feira, após o fechamento do mercado, a Petrobras havia divulgado dados de produção de setembro. A estatal produziu 2,72 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no mês passado, o que representa queda de 5,5% na comparação com agosto (2,88 milhões boed). No Brasil, a produção de petróleo foi de 2,06 milhões de barris por dia (bpd), com declínio de 6,78% ante agosto (2,21 milhões de bpd).

Enquanto isso, seguem as notícias em torno do destino de Levy. Após rumores de que ele teria entregue uma carta de demissão para a presidente Dilma Rousseff na sexta-feira, no fim de semana o presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que a atual política econômica está "errada" e que o ministro deve sair se não quiser promover mudanças. Da Suécia, onde está em visita oficial, Dilma reagiu irritada e disse que Levy fica. "Ele (Levy) não está saindo do governo. Ponto. Eu não trato mais desse assunto. Qualquer coisa além disso está ficando especulativo". E acrescentou: "O presidente do PT pode ter a opinião que ele quiser. Mas não é a opinião do governo. Se eu disse que não é a opinião do governo, o ministro Levy fica".