O anúncio feito nesta terça-feira (27), pelo governo de que fechará o ano com um déficit primário de R$ 51,8 bilhões, o equivalente a 0,9% do PIB, já era esperado, segundo a agência de classificação de risco Moody’s. "A revisão não é uma surpresa, tendo em vista os ciclos político e econômico negativos que têm limitado dramaticamente a agenda de consolidação fiscal do governo", afirmou agência em relatório divulgado antes do anúncio oficial do governo. A Moody's disse que já incorporava um déficit primário de 1% em suas projeções e que a revisão tem impacto "mínimo" na avaliação da força fiscal do País.
No entanto, segundo a agência, "a revisão da meta fiscal erode a já fraca credibilidade fiscal do governo e ameaça enfraquecer ainda mais a já debilitada confiança doméstica". Para a Moody’s, a revisão "reflete um aprofundamento da recessão que tem provocado queda nas receitas para abaixo das projeções, bem como uma erosão das finanças do governo ainda maior do que o previsto".
A informação da Moody’s de que o déficit primário já estava presente em suas projeções, porém, deu ao mercado a impressão de que o risco de o Brasil perder o grau de investimento por uma segunda agência de rating é menor do que se esperava. Isso teve reflexo direto nos juros futuros, que recuaram: a taxa do DI para janeiro de 2017 caiu de 15,32% para 15,22%.