As vendas do comércio varejista recuaram 3,0% no terceiro trimestre de 2015 em relação ao trimestre imediatamente anterior, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada nesta quinta-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o recuo mais intenso desde o primeiro trimestre de 2003, quando as vendas também recuaram 3%. O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções que esperavam uma retração de 2,20% a 3,50%, com mediana negativa de 3,20%.
No varejo ampliado, houve queda de 2,9% no terceiro trimestre ante o segundo. Nesse tipo de comparação, as estimativas eram de recuo de 2,20% a 4,50%, com mediana negativa também de 3,20%.
As dez atividades investigadas pelo IBGE registraram taxas negativas na passagem do segundo para o terceiro trimestre de 2015: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,4%); móveis e eletrodomésticos (-5,4%); livros, jornais, revistas e papelaria (-5,2%); tecidos, vestuário e calçados (-4,0%); material de construção (-3,7%); veículos, motos, partes e peças (-3,2%); combustíveis e lubrificantes (-2,7%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,0%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%).
Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, as vendas no varejo recuaram 5,7% no terceiro trimestre de 2015. A queda - a terceira taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto - foi a mais acentuada desde o primeiro trimestre de 2003, quando o varejo encolheu 6,1%.
O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam recuo de 4,80% a 7,20%, com mediana negativa de 6,00%.
No primeiro trimestre, o varejo tinha recuado 0,8%, seguido por uma queda de 3,5% no segundo trimestre, sempre na comparação com o mesmo período do ano anterior. O IBGE ressalta que a trajetória descendente foi generalizada entre as atividades pesquisadas. O setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos foi o único que manteve variação positiva no terceiro trimestre (0,6%), mas também perdeu ritmo ao longo do ano.
No comércio varejista ampliado, o volume de vendas do terceiro trimestre caiu 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nesse tipo de comparação, as previsões iam de queda de 7,70% a 10,70%, com mediana negativa de 9,60%.
A atividade de veículos, motos, partes e peças repetiu o tombo de 16,9% registrado no trimestre anterior. Já o segmento de material de construção caiu 9,7%, contra um recuo de 5,0% no segundo trimestre do ano.No segundo trimestre, o recuo do varejo ampliado tinha sido de 7,5%.
Segmentos em setembro
O IBGE também divulgou nesta quinta que todas as atividades do varejo registraram recuo nas vendas em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2014.
No varejo restrito, a queda de 6,2% foi resultado, principalmente, do mau desempenho de móveis e eletrodomésticos (-17,9%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%); combustíveis e lubrificantes (-8,7%); e tecidos, vestuário e calçados (-12,9%). Os quatro segmentos responderam por mais de 80% da taxa global do varejo no mês.
Os demais recuos foram de livros, jornais, revistas e papelaria (-14,9%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-9,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-7,0%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,1%). Foi a primeira queda da série histórica para o setor de artigos farmacêuticos.
No varejo ampliado, onde a queda alcançou 11,5% em setembro ante setembro de 2014, houve recuo de 21,8% para o setor de veículos e redução de 12,8% para material de construção.