Empresas estrangeiras elevam aportes no País para socorrer filiais

No acumulado do ano até setembro, as empresas italianas enviaram 45% mais desses recursos a suas filiais brasileiras em 2015 do que em 2014
Agência Estado
Publicado em 15/11/2015 às 16:30
No acumulado do ano até setembro, as empresas italianas enviaram 45% mais desses recursos a suas filiais brasileiras em 2015 do que em 2014 Foto: Foto: Divulgação


O movimento se torna mais claro quando se observa o envio direto de empresas estrangeiras para suas unidades no Brasil, os chamados empréstimos intercompanhias. No acumulado do ano até setembro, as empresas italianas enviaram 45% mais desses recursos a suas filiais brasileiras em 2015 do que em 2014. Entre as companhias alemãs, a alta é de 24%. Levando em conta as norte-americanas e as japonesas, houve crescimento de 18% e 41%, respectivamente.

"São investimentos de velhos conhecidos nossos", diz o presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica e economista-chefe da Mapfre Investimentos, Luís Afonso Lima. "São recursos voltados para não perder mercado, trata-se de uma tática defensiva, de curto prazo. E quando se olha os aportes anunciados pelas empresas para o futuro, os investimentos de expansão estão prevalecendo em relação aos de instalação", disse.

Além disso, para as companhias já instaladas, o cenário recessivo da economia não é suficiente para interromper investimentos iniciados, diz o economista Bruno Lavieri, da 4E Consultoria. "Aquilo que foi iniciado há um ou dois anos não dá para estancar. Mesmo em crise, se você tem uma fábrica que está quase pronta, você conclui a fábrica", afirma.

A japonesa Honda é um exemplo disso. A montadora investiu R$ 1 bilhão na construção de uma segunda fábrica no Brasil, em Itirapina, interior de São Paulo. O empreendimento ficou pronto em abril, mas o início das operações, que estava previsto para o primeiro semestre de 2016, foi adiado e ainda não há uma nova data. "A unidade estará pronta para iniciar a produção em massa assim que houver melhor previsibilidade do mercado", disse a empresa no fim de outubro.

Padovani, da ITA, lembra também que as empresas estrangeiras estão cientes do potencial brasileiro e por isso evitam sair do País, o que significa que as companhias socorrem suas filiais neste momento porque acreditam em um futuro melhor. "A capacidade produtiva existe. Quando a economia se recuperar, haverá um potencial de crescimento que não é hipotético, é alto", disse. 

Assim também pensa o presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp Schimer. Em outubro ele afirmou que a montadora alemã seguirá "arrumando a casa" para dar uma reposta rápida quando o setor automotivo apresentar melhora. A declaração do executivo foi dada no mesmo dia em que a Mercedes-Benz lançou dez modelos de caminhões no Brasil, apesar da queda nas vendas do segmento em 2015. No acumulado de janeiro a outubro, o número de caminhões vendidos caiu 44,9% ante igual período do ano anterior

TAGS
INVESTIMENTOS
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory