O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgou, ontem, os dados sobre a inserção da população negra no mercado de trabalho na Região Metropolitana do Recife (RMR) em 2014. O estudo aponta que em 2014, os negros representavam cerca de 78% da População em Idade Ativa (PIA) e da População Economicamente Ativa (PEA). Os negros estão mais presentes em ocupações precárias, marcadas pela ausência de proteção social e jornadas de trabalho mais extensas e com menores remunerações.
Essa realidade é um reflexo da discriminação ainda presente na sociedade brasileira, ratificada, principalmente, nas formas de inserção ocupacional e os setores de atividade nos quais os negros se incorporam ao mercado de trabalho. Com a redução dos rendimentos médios reais por hora dos ocupados no mercado de trabalho regional, ocorrida entre 2013 e 2014, o rendimento médio dos ocupados negros no último ano (R$ 6,61) passou a corresponder a 72,8% do valor recebido pelos não negros (R$ 9,08).
Na análise por cor e sexo, destaca-se a sobreposição da discriminação entre as mulheres negras que apresentaram as mais elevadas taxas de desemprego em comparação aos demais grupos. Em 2014, observou-se a diferença de 6,6 pontos percentuais entre as taxas de desemprego para as mulheres negras (15,3%) e para os homens não negros (8,7%).