O resultado do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta terça-feira (1º), mostra que o governo está agindo na contramão do ajuste econômico. A avaliação é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgada em nota.
“Mais uma vez reafirmamos que o governo deve acertar suas contas, cortando gastos e melhorando a gestão. O governo tem que ser capaz de fazer mais, com muito menos. No entanto, o que os dados do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] mostram é que o governo age na contramão, pois a única rubrica que se expandiu no terceiro trimestre de 2015 foi justamente o consumo do governo”.
O PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou o terceiro trimestre do ano com queda de 1,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Os dados das Contas Nacionais foram divulgados nesta terça pelo IBGE e indicam a maior retração do PIB em terceiros trimestres, desde o início da série histórica em 1996.
Houve recuo na agropecuária (-2,4%), na indústria (-1,3%) e nos serviços (-1%). O consumo das famílias caiu 1,5%. Já o consumo do governo teve variação positiva, cresceu 0,3% em relação ao trimestre anterior.
Para o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), o resultado deverá impactar no mercado da construção. O setor registrou retração de 6% em relação ao trimestre anterior. O sindicato avalia que a crise política está prejudicando a economia do país e precisa ser interrompida.
“A gravidade da recessão não permite que a crise política se prolongue indefinidamente. Executivo e Legislativo precisam dar um encaminhamento para o reequilíbrio futuro das contas públicas, que possibilite a diminuição das incertezas e a retomada dos investimentos”, disse a entidade em nota.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) ressaltou que o PIB é resultado de uma crise estrutural no país, mas que a solução não passa pelo aumento da carga tributária.
“Reconhece-se que a crise é estrutural, mas até agora as ações concentraram-se em uma inócua tentativa de se aumentar a carga tributária com a volta da CPMF, o que apenas agravaria o quadro recessivo, retirando recursos das famílias e empresas e aumentando ainda mais os preços”.