Os receios de que Joaquim Levy possa deixar o Ministério da Fazenda, caso a meta fiscal para 2016 seja inferior a 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB,) pressionaram os mercados nesta sexta-feira (11). O dólar teve fortes ganhos ante o real, também influenciado pelo fato de a Moody's, na quarta-feira, ter colocado o rating do País em revisão.
O dólar à vista fechou em alta de 1,95%, aos R$ 3,8770, na maior cotação desde 30 de novembro. A divisa para janeiro, que encerra apenas às 18 horas, subia 1,38%, aos R$ 3,8900.
Desde o início dos negócios, o dólar registrava ganhos firmes ante o real, de olho em Brasília. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, havia informado na noite de ontem que, numa conversa com representantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO), Levy ameaçou deixar o governo se a meta fiscal de 0,7% do PIB para 2016, defendida por ele, for reduzida para zero. Hoje, durante entrevista em Maceió, Levy afirmou que a discussão sobre sua saída é "um pouquinho irrelevante". Já a presidente Dilma Rousseff evitou comentar a possibilidade de saída do ministro.
Em meio a esses fatores, o dólar marcou a mínima de R$ 3,8298 (+0,81%) às 10h44, para depois chegar à máxima de R$ 3,8895 (+2,38%) às 12h53. Este pico do dia ocorreu logo após Dilma afirmar que ainda não há uma definição sobre a meta fiscal de 2016. No fim da tarde, fontes informaram que Levy e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, haviam sido convocados por Dilma para uma reunião no Planalto, justamente para discutir a meta fiscal de 2016. Barbosa é um dos membros do governo que defendem uma meta mais "flexível", e não o 0,7% de Levy.
No exterior, o viés para o dólar também era claramente positivo ante várias divisas. Perto das 17h10, o dólar subia 0,95% ante o dólar australiano, tinha alta de 0,78% ante o canadense, subia 0,37% ante o neozelandês, avançava 2,71% ante o rand sul-africano, tinha ganho de 1,85% ante a lira turca, subia 0,78% ante o peso chileno e avançava 1,16% ante o peso mexicano.