Volátil, dólar à vista passa a cair com fluxo financeiro, mas se recupera

Moeda à vista estava quase estável por volta das 10h
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 29/12/2015 às 10:58
Moeda à vista estava quase estável por volta das 10h Foto: Foto: USP Imagens


O dólar à vista está volátil na manhã desta terça-feira (29). Após virar e cair a uma mínima a R$ 3,8505 (-0,24%) no balcão, a moeda à vista estava quase estável por volta das 10h, a R$ 3,8604 (+0,01%). Na máxima, após a abertura, subiu a R$ 3,8685 (+0,22%) no balcão. 

Além de precificar há pouco o enfraquecimento do dólar em relação ao peso chileno (-0,18%) e o peso mexicano (+0,06%), o gerente de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, disse que o ajuste de baixa do dólar ante o real reflete ainda a continuidade de um fluxo financeiro positivo. "Possivelmente são ingressos novamente de investidores chineses, que estariam internalizando dólares para honrar pagamentos relativos à licitação de usinas de energia arrematadas no fim de novembro", afirmou ele. 

"Esse fluxo de entrada está concentrado entre poucos bancos", afirmou. Para Esquelbek, o mercado deixa em segundo plano a decisão do governo de quitar as pedaladas fiscais neste ano.

Na semana passada, o governo editou uma medida provisória e uma portaria definindo o pagamento de R$ 26 bilhões em pedaladas, sendo R$ 10,1 bilhões ao BNDES e outros R$ 15,9 bilhões ao FGTS. Restam, portanto, R$ 31 bilhões. Outro R$ 1,5 bilhão será pago por meio da emissão de títulos públicos entregues diretamente ao Banco do Brasil, para honrar o pagamento devido ao programa Equivalência Produto, operado pelo banco. Os R$ 29 bilhões restantes serão pagos ao BNDES, Caixa e também ao BB até esta quarta-feira, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Mais tarde, o Banco Central realiza novo leilão de rolagem dos contratos de swap com vencimento em 4 de janeiro de 2016. Esta pode ser a última tranche dessa rolagem, porque amanhã será definida a última taxa Ptax do ano e a autoridade não costuma realizar esse tipo de operação nesse dia para não interferir nos ajustes realizados pelo mercado. Hoje serão ofertados, entre 11h30 e 11h40, até 11.260 contratos com data de vencimento para 01/06/2016, 03/10/2016 e 02/01/2017. O resultado sai às 11h50.

Na agenda de indicadores dos EUA, os destaques são o índice de preços de moradias S&P Case-Shiller em 10 e 20 cidades referente a outubro (12h); o índice de confiança do consumidor do Conference Board em dezembro (13h) e os estoques semanais de petróleo bruto calculados pelo API às 19h30.

Taxas de juros ficam voláteis com volume fraco e dólar

A volatilidade dá o tom dos negócios com juros futuros nesta terça-feira (29). Após apresentar viés de alta na abertura, as taxas chegaram a inverter a direção e depois voltaram para a estabilidade. Segundo operadores de renda fixa, o destaque é a ausência de liquidez. Num mercado com poucos negócios, dizem, qualquer operação pontual pode amplificar as altas e as baixas dos juros. Além disso, os juros futuros acabam acompanhando de perto as oscilações do dólar.

Os profissionais e investidores apenas comentam notícias sobre a política fiscal e a inflação. A informação de que o governo pagará ainda neste ano o total de R$ 57 bilhões apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em pedaladas fiscais foi absorvida, sem grandes reações, uma vez que ela não muda a percepção sobre o cenário fiscal, deteriorado. O avanço de 0,49% do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em dezembro, após 1,52% em novembro, foi observado, ainda de acordo com operadores. Às 10h09 desta terça, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 15,76%, ante 15,77% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2021 projetava 16,46%, de 16,50%.

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