O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, disse hoje (1º) que quer retomar obras do Programa Minha Casa, Minha Vida que estão paralisadas por falta de recursos. Occhi tomou posse nesta quarta-feira como presidente do banco, em cerimônia no Palácio do Planalto.
Segundo ele, na próxima semana, haverá uma reunião da Caixa com os ministérios do Planejamento e das Cidades para tratar do programa e de outras obras que estão paradas por falta de recursos.
No dia 17 de maio, o Ministério das Cidades revogou uma portaria que autorizava a ampliação do programa habitacional. A medida, que habilitava a contratação de unidades na modalidade entidades, tinha sido publicada um dia antes da votação no Senado do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. O ministério disse que a revogação da portaria era uma medida de cautela, pois as autorizações foram assinadas e publicadas nos últimos dias do governo anterior e sem os recursos necessários para o atendimento.
Occhi também afirmou que fará um ajuste de eficiência, de melhoria de resultados na Caixa. “Mas também vamos continuar a trabalhar fazendo o papel social dos pagamentos à população mais desassistida, mas voltando a investir forte nos investimentos produtivos, na infraestrutura e também nos programas do governo federal”, disse.
Segundo Occhi, o objetivo não é “olhar para trás” para buscar falhas, mas, se os problemas existirem, serão corrigidos. “Não vamos suspender nada. Aliás vamos dar celeridade naquilo que está dentro da Caixa e que, por um motivo ou outro ,ficou aguardando a decisão da sua gestão. Vamos colocar o pé no acelerador, voltar a fazer os investimentos”, acrescentou.
Inadimplência
Occhi disse ainda que a inadimplência pode crescer ainda mais, devido ao aumento do desemprego. “A questão da inadimplência é de mercado. Com o número crescente de desemprego, temos que estar atentos, renegociamento e reconhecendo que é possível que haja ainda um aumento da inadimplência”, disse. Mas o presidente da Caixa acrescentou que, com a retomada da economia, os índices de inadimplência voltarão a cair.
Abertura de capital
Occhi disse ainda que a Caixa não precisará de repasses do Tesouro Nacional este ano e que buscará alternativas para que não seja necessária a capitalização do banco no futuro. “A gente vai trabalhar para fazer o contrário, a Caixa contribuir com o seu resultado para o Tesouro Nacional.” De acordo com ele, a abertura de capital da Caixa é uma alternativa em estudo. Occhi enfatizou que, com a abertura de capital, a Caixa continuará sendo uma empresa do governo federal e poderá contribuir para o resultado positivo do Tesouro Nacional.