Caso perca a disputa pela Estácio, a Ser Educacional ainda poderia se manter ativo no mercado de fusões e aquisições e avaliar a compra de ativos de ensino a distância (EAD), segundo comentou na segunda-feira (6), em teleconferência com analistas e investidores, o diretor de Relações com Investidores da Ser Educacional, Rodrigo de Macedo Alves.
No sábado (4), dois dias depois de a Kroton, líder no ensino superior privado no País, ter anunciado que avaliava fazer uma proposta de fusão com a Estácio (vice líder no ranking), a Ser Educacional também entregou à instituição carioca uma oferta de combinação de negócios.
O comentário foi uma resposta a uma pergunta de um analista, ao avaliar que, se incorporar a Estácio, a Kroton provavelmente terá de vender algum ativo de EAD por imposição do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). "Somos caçadores, vamos avaliar o ativo e, se for bom, há interesse", disse Alves
Na sequência, o presidente da Ser Educacional, Jânyo Diniz, reforçou, porém, que considera a proposta da companhia atraente tanto para acionistas da Ser quanto da Estácio. Ele considerou que a principal vantagem de uma combinação entre Ser e Estácio seria o surgimento de uma companhia que ainda teria possibilidade de crescer de forma orgânica e por fusões e aquisições.
Opção
Antes das ofertas de Kroton e Ser pela Estácio, o mercado especulava sobre uma fusão justamente da Kroton com a Ser Educacional. Questionado sobre isso, Alves afirmou que a companhia acredita que "o mercado precisa ter uma segunda opção em termos de companhia de grande porte" e que negócios com a Kroton seriam mais difíceis porque o porte da companhia traria mais dificuldades junto a órgãos reguladores.
Analista da Lerosa Investimentos, Vitor Suzaki afirma acredita que a proposta da Ser é mais atraente, neste primeiro momento, porque traria menor diluição aos minoritários da Estácio. "A Kroton, no entanto, deve entrar numa batalha pela Estácio e fazer uma proposta melhor, com maior desembolso, o que explica a queda de suas ações hoje", acrescenta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.