Após uma tarde de volatilidade, o dólar fechou em baixa ante o real nesta quinta-feira, 16, em linha com o viés negativo do Dollar Index. A moeda americana encerrou pela terceira sessão seguida com perdas, de 0,17%, aos R$ 3,4654 no mercado à vista, depois de passar a manhã em território positivo. O volume movimentado somou cerca de US$ 1,404 bilhão. O dólar futuro para julho terminou com baixa de 0,32%, aos R$ 3,4785, com giro de cerca de US$ 13,126 bilhões.
O ambiente de negócios melhorou no exterior, com alta nos mercados acionários de Nova York, após o fechamento das bolsas europeias. Segundo operadores de câmbio, a saída dos investidores da Europa abriu caminho para redução da aversão ao risco decorrente de preocupações com uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia. Com os temores minimizados, foi observada alguma cobertura de posições por parte daqueles excessivamente vendidos.
O assassinato da deputada britânica Jo Cox, no norte da Inglaterra, pela manhã, repercutiu nos mercados. Ela era contrária à saída do Reino Unido da União Europeia. As atividades da campanha eleitoral para o referendo na próxima semana foram suspensas por ambos os grupos - favoráveis e contra o Brexit. Diante do ataque e seus desdobramentos, a libra inverteu a tendência de queda e passou a subir ante o dólar, mantendo o sinal no fim da tarde.
Também pesaram no dólar as perspectivas de que o Federal Reserve poderá demorar para elevar os juros nos EUA. O operador Cleber Alessie Machado, da H.Commcor DTVM, ressaltou que há espaço para o dólar cair ante o real. No entanto, as preocupações em torno do Brexit limitam o enfraquecimento do dólar.
Internamente, o cenário político continuou em segundo plano. Por enquanto, na visão do especialista da H.Commcor, as citações do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado sobre o presidente em exercício Michel Temer não são suficientes para desencadear uma mudança de governo.
Sérgio Machado vinculou em sua delação premiada o presidente em exercício, Michel Temer, a um esquema de propinas que, segundo ele, vigorou por cerca de 10 anos na subsidiária de logística da Petrobras. O ex-dirigente da Transpetro também informou que abasteceu com recursos de propina ao menos outros 24 políticos de sete partidos (PMDB, PSDB, PT, PP, DEM, PSB, PCdoB). Entre os citados, estava o ministro Eduardo Henrique Alves, que pediu hoje demissão do cargo na pasta do Turismo.