O dólar fechou nesta terça-feira (28) no menor nível em quase 11 meses no balcão, após um movimento de desmonte de posições compradas no mercado futuro por investidores estrangeiros em reação à entrevista do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.
O novo chefe do BC prometeu reduzir mais a exposição da entidade em swaps cambiais quando encontrar a janela de oportunidade para continuar baixando o estoque, quando e se for possível. De acordo com ele, o BC poderá utilizar todas as ferramentas disponíveis, mas sempre com "parcimônia" e sem interferir no regime de câmbio flutuante.
O dólar à vista terminou aos R$ 3,3046 (-2,57%) no balcão, no valor mais baixo desde o fechamento em 23 de julho de 2015 (aos R$ 3,2910). O volume total negociado somou cerca de US$ 1,586 bilhão.
Houve um volume considerável de estrangeiros vendendo dólar no mercado futuro (desmonte de posição comprada) após coletiva de Ilan, disse o superintendente regional da SLW corretora, João Corrêa. "Hoje, porém, não consigo ver o BC usando leilão de swap reverso para apoiar uma alta do dólar, porque o controle da inflação parece ser prioridade e o dólar mais baixo pode ajudar na busca pela convergência dos preços ao centro da meta em 2017", afirmou Corrêa.
Com isso, o giro com o dólar para julho somou US$ 19,913 bilhões (398.275 contratos negociados), ante US$ 14,306 bilhões ontem. Esse contrato fechou com queda de 2,71%, aos R$ 3,3050.
Além dos sinais do BC, o mercado também foi influenciado pelo ingresso de fluxo cambial no mercado à vista e pelo alívio externo, com a queda do Dollar Index, em meio à espera dos desdobramentos do processo de saída do Reino Unido da União Europeia e perspectiva de adiamento de alta de juros nos Estados Unidos, de acordo com os profissionais de câmbio. Nos últimos dois dias, a moeda americana havia subido 1,49% ante o real, reagindo à aversão ao risco desencadeada pelo Brexit.