A Bovespa emplacou nesta terça-feira (19) sua décima alta consecutiva, na maior sequência de ganhos verificada desde agosto de 2010. A melhora de percepção com o cenário doméstico e o noticiário corporativo mais favorável foram fundamentais para a manutenção do apetite do investidor, elevando os ganhos da bolsa para 10,04% em julho e 30,79% em 2016. No fechamento, o Ibovespa marcou 56.698,06 pontos, na máxima do dia, em alta de 0,38%. Pela manhã, o índice chegou a cair 0,42%, influenciado pelo cenário externo avesso a risco, em meio a incertezas econômicas e geopolíticas.
A manutenção do fluxo positivo de recursos externos continuou a sustentar as altas na bolsa brasileira, assim como em mercados acionários de outros países emergentes. A melhora do sentimento em relação ao País vem dando fôlego extra nos últimos dias. Além de avanços do governo em questões políticas, os investidores passaram a observar um aumento da movimentação das empresas no que diz respeito à busca por capitalização e investimento. Com isso vieram também diversos relatórios de bancos elevando a recomendação de ações brasileiras.
As ações da Petrobras estiveram em evidência durante praticamente todo o dia, principalmente porque minimizaram as quedas fortes dos preços do petróleo no mercado internacional. Além de expectativa de avanço no plano de desinvestimentos e numa melhora na gestão da empresa, os papéis refletiram a melhora de percepção geral com o País. Petrobras PN, mais negociada, teve alta de 1,99%. Petrobras ON, preferida pelos estrangeiros, avançou 1,24%. O mesmo aconteceu com as ações ordinárias do Banco do Brasil, que subiram 4,86%, em um dia de queda generalizada no setor financeiro.
Já os papéis da Vale foram o contraponto do dia, com quedas relevantes durante todo o pregão. A baixa de 2% do minério de ferro no mercado à vista chinês derrubou não apenas a mineradora brasileira, como também as ações de suas pares pelo mundo. Vale fechou em queda de 4,21% (ON) e de 2,84% (PNA).
O volume de negócios totalizou R$ 7,11 bilhões, ligeiramente acima da média de julho, de R$ 6,803 bilhões. Os investidores estrangeiros trouxeram R$ 359,332 milhões à bolsa na última sexta-feira, levando o acumulado de julho a ficar positivo em R$ 3,442 bilhões. Em apenas 15 dias, portanto, julho já é o segundo maior mês em termos de ingresso de recursos externos na Bovespa em 2016, atrás apenas de março, quando R$ 8,391 bilhões ingressaram no mercado.