Do total de empresas que vendem exclusivamente pela internet 90% são de pequeno porte, ou seja, faturam até R$ 3,6 milhões anuais. As informações constam em pesquisa elaborada pelo Sebrae em parceria com o E-commerce Brasil. De acordo com a 3a Pesquisa Nacional do Varejo Online, quando analisadas as empresas que possuem lojas virtuais e físicas, esse número cai para 71%.
A Região Nordeste é a terceira do País com mais sedes de e-commerce (12%), ficando atrás das regiões Sul (18%) e Suldeste (58%). Segundo a pesquisa, a maioria dessas empresas foram criadas em 2015, ano em que o comércio eletrônico conseguiu manter melhores preços e condições do que o varejo tradicional. Enquanto 23% das empresas foram abertas no ano passado, apenas 5% iniciou as atividades neste ano.
Assim como no varejo tradicional, os efeitos da crise econômica atingiram as vendas dos setores que têm atividade no segmento, que são comércio (73%), serviços (18%), indústria (8%) e agronegócio (1%). Com a redução do poder de compra dos brasileiros, em virtude do desemprego e das altas taxas de juros, a média mensal de pedidos caiu de 90 (2015) para 50 (2016) e o abandono do carrinho de compras virtual foi registrado em 34% das operações iniciadas.
“Esses dados nos fazem refletir que o comportamento do consumidor mudou, se tornando mais consciente no momento de concluir a sua compra. E também que, apesar de ter uma previsão para crescer menos em 2016 (8%) do que em 2015 (15%), quando comparado com os anos anteriores, o comércio eletrônico ainda mantém um crescimento superior ao que vemos no varejo físico tradicional”, afirma Natalia Bertussi, analista do Sebrae.
Apesar dos resultados serem piores que os do ano passado, 51% das empresas estão conseguindo manter a margem de lucro. Entre as estratégias para atrair o consumidor, o uso da rede social tem sido essencial para as vendas no comércio eletrônico. As páginas de relacionamento foram citadas por 72% dos entrevistados como um dos principais canais para a concretização de vendas online.
Uma das pequenas empresas que aposta nas redes sociais para realizar as vendas é a Cupcakes Allib. Atualmente, a empresa possui 17 mil seguidores no Instagram e 2,5 mil no Facebook. “Vendo aproximadamente 1 mil cupcakes e mais de 40 bolos por mês. Ainda não temos loja fixa, mas recebi uma proposta que deverá se concretizar até o início de 2017”, afirma o empreendedor individual Yago Allib. Ele é responsável por toda a cadeia produtiva e sem funcionários fatura anualmente cerca de R$ 36 mil.
Segundo a pesquisa, em 2015, o faturamento anual de 45% das empresas, exclusivamente com o e-commerce, foi de até R$ 60 mil. As que faturaram entre R$ 60 mil e R$ 360mil foram 22%, entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões (23%) e acima de R$ 3,6 milhões (10%).
Entre os marketplaces, o Mercado Livre foi apontado como o mais utilizado no Brasil. A empresa apresentou crescimento de 45,6% em itens vendidos no País, no primeiro trimestre deste ano, gerando receita líquida de US$ 77,5 milhões no período. Segundo Leandro Soares, diretor de marketplace da marca, “o e-commmerce é um oásis dentro do cenário do varejo no Brasil”.