Dia dos Pais de baixas expectativas para o comércio

Comerciantes esperam vendas até 9,4% abaixo da movimentação do ano passado
Da editoria de economia
Publicado em 11/08/2016 às 8:40
Comerciantes esperam vendas até 9,4% abaixo da movimentação do ano passado Foto: Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem


Se neste ano as vendas para o Dia das Mães – a segunda data mais importante do comércio – foi uma decepção, a expectativa para o Dia dos Pais não está muito alta. Um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a previsão é que o faturamento do setor sofra uma queda 9,4% na comparação com a mesma data de 2015. Segundo a entidade, esse pode ser o pior desempenho para a comemoração desde que o estudo começou a ser feito, em 2004. No Recife, o varejo se esforça para tentar repetir o desempenho do ano passado.

“É uma data que não tem o mesmo apelo do Dia das Mães, por exemplo, mas qualquer comemoração pode ajudar o comércio neste momento. Cabe a cada comerciante saber aproveitar”, comenta o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife), Eduardo Catão. Segundo ele, se houver aumento local nas vendas na comparação com o ano passado, ele não deve ultrapassar os 2%.

A previsão é compartilhada pelo presidente da Associação de Lojistas de Shoppings de Pernambuco (AloShop), Ricardo Galdino, que acredita que alguns segmentos podem sofrer ainda mais impacto. “No caso de celulares, eletrônicos, que até o ano passado ainda tinham um bom desempenho na data não devem ter destaque”, afirma. “As datas mais importantes até agora, como Dia das Mães e Dia dos Namorados não apresentaram reação, mas o varejo é sempre otimista, vamos apostar”.

Segundo o levantamento realizado pela CNC, mesmo os segmentos que mais costumam ter bons resultados no Dia dos Pais devem apresentar queda: alimentos (incluindo bebidas) de quase 3% e vestuário de 9,5%. “O varejo está passando ainda por uma crise muito forte, devido a preço de alimento muito alto e crédito caríssimo”, afirma o economista da CNC, Fabio Bentes.

Além de diminuir o tíquete médio das compras de presentes para os pais, os preços altos e o crédito mais caro estão levando muitos filhos a simplesmente não comprar nada. De acordo com a pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas seis em cada dez consumidores devem comprar presentes neste ano.

O valor médio que será gasto, de acordo com a pesquisa, é de R$ 115,37, abaixo dos R$ 119,83 indicados pelo mesmo levantamento feito em 2015. 

Entre as razões financeiras mias apontadas pelo levantamento do SPC Brasil para não presentear, estão o orçamento mais apertado para 6,2% dos entrevistados (percentual que sobe para 14% na faixa dos jovens entre 18 e 34 anos) e o desemprego para 5% (percentual que dobra entre os jovens).

Temporários

Outro indicador de que o Dia dos Pais não deve movimentar o comércio é a contratação de funcionários temporários. De acordo com a CNC, o número de trabalhadores deve ser 3,7% menor que o de 2015 e, em consequência, o pior número desde 2012. Em números absolutos, devem ser criadas 24 mil vagas temporárias de trabalho em todo o País. “Parece um número muito bom mas, historicamente, a contratação de temporários é bem mais do que isso”, comenta Bentes.

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