A Bovespa foi diretamente influenciada pela intensificação dos temores em torno da saúde financeira do Deutsche Bank nesta quinta-feira (29). A bolsa brasileira oscilava em torno da estabilidade até o surgimento de notícias de que o maior banco alemão era alvo de desmontagem de posições de grandes fundos - um agravante à sua situação já bastante delicada. As ações de bancos reagiram com queda em todo o mundo, lideradas, naturalmente, pelas do Deutsche e outros bancos europeus. Com isso, o Índice Bovespa firmou-se em queda e terminou o dia aos 58.350,56 pontos, em queda de 1,69%.
As recentes quedas das ações do Deutsche ocorrem em meio a dúvidas sobre sua capacidade de pagar multas multibilionárias em dólares, aplicadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos devido a negócios irregulares de anos atrás. O temor maior é de um colapso do banco, com desencadeamento de uma série de efeitos negativos sobre o setor financeiro europeu.
Na Bovespa, as ações de bancos tiveram reação imediata e em bloco à notícia da fuga de fundos, com todos os papéis migrando rapidamente para o terreno negativo. O Índice Financeiro, que reúne apenas ações do segmento, teve queda de 1,99%, fechando na mínima do dia. Nesse grupo, destaque para as units do Santander Brasil - banco espanhol -. que caíram 2,70%. Banco do Brasil ON caiu 2,92%, Itaú Unibanco cedeu 2,55% e Bradesco PN 1,66%.
Com o Deutsche no centro das atenções, houve pouco espaço para outras interferências nos negócios da Bovespa. O petróleo operou em alta, mas não com força suficiente para sustentar as ações da Petrobras, que terminaram o dia com quedas de 1,70% (ON) e de 3,03% (PN). Já as ações do setor de papel e celulose andaram na contramão do Ibovespa. Entre as 58 ações que compõem a carteira teórica do índice, as duas maiores altas foram de Suzano PNB (+2,51%) e Fibria ON (+1,97%). As altas são justificadas pelo fato de as duas empresas terem anunciado reajuste de preços da celulose.
Com o resultado de hoje, o Ibovespa reduziu a alta acumulada em setembro para 0,78%. No ano, o índice contabiliza ganho de 34,61%. E setembro vai chegando ao fim com saldo negativo de recursos externos. Até a última terça-feira, 27, a Bovespa contabilizava saída de R$ 1,944 bilhão no mês. Em 2016, a bolsa tem saldo positivo de R$ 13,064 bilhões em recursos externos.