Influenciado pela atuação do Banco Central, o dólar recuou pela terceira sessão consecutiva nesta sexta-feira (17) e fechou a semana abaixo dos R$ 3,40, destoando da alta frente às demais divisas de mercados emergentes. No mercado à vista, a moeda dos EUA encerrou em baixa de 0,87%, aos R$ 3,3865, acumulando perda de 1,68% em três pregões. Já na semana, a baixa foi de 0,55%. De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de negócios somou US$ 1,314 bilhão.
No segmento futuro, o contrato com vencimento em dezembro encerrou em queda de 1,08%, aos R$ 3,3970, com giro de US$ 15,905 bilhões.
O principal motivo da queda, de acordo com profissionais de mercado, foi a atuação do Banco Central. Após forte volatilidade no final da semana passada, a autoridade monetária voltou a injetar liquidez no mercado por meio de leilões de novos contratos de swap cambial tradicional, ao mesmo tempo em que rola os contratos que venceriam em 1º de dezembro. Nesta semana, sem contar as operações de rolagem, foram vendidos 30 mil novos contratos de swap cambial tradicional, equivalente a US$ 1,5 bilhão. Agora, o estoque desse tipo de ativo no Banco Central soma cerca de US$ 26,5 bilhões.
Por outro lado, o persistente fortalecimento dos juros futuros nos Estados Unidos e preocupações com a saúde fiscal no Brasil continuaram a alimentar um ambiente de cautela. Os juros dos Treasuries entraram temporariamente em terreno negativo no final da manhã, mas retomaram no período vespertino a trajetória ascendente. Na máxima, o juro da T-note de 10 anos tocou 2,35%, nível mais alto em quase um ano. Lá fora, o catalisador primordial para esse movimento é a perspectiva de aperto monetário nos Estados Unidos, que pode ser reforçado caso as propostas expansionistas do presidente eleito, Donald Trump, se traduzam em mais inflação e aumento da dívida pública.
Voltando ao noticiário doméstico, a situação financeira dos Estados trouxe preocupação aos investidores. A informação de que foi marcada uma reunião do Planalto com governadores na próxima terça-feira elevou a cautela sobre as dificuldades financeiras locais, limitando a queda do dólar frente ao real.