Porto Digital pode ter greve a partir da próxima segunda-feira

No centro tecnológico atuam cerca de 5 mil profissionais, em empresas como MV e Microsoft
JC Online
Publicado em 17/01/2017 às 20:23
No centro tecnológico atuam cerca de 5 mil profissionais, em empresas como MV e Microsoft Foto: Foto: Acervo JC Imagem


Empresas do Porto Digital, centro tecnológico que abriga companhias como a Microsoft e prestadoras de serviços públicos, podem ter os serviços paralisados a partir da próxima segunda-feira (23). O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de Pernambuco (SINDPD-PE), que representa a categoria, rejeitou a proposta de reajuste salarial oferecida pelo patronato durante assembleia realizada na noite desta terça-feira (17), na Avenida Rio Branco, bairro do Recife, e prometeu paralisar as atividades.

Cerca de 14 mil profissionais atuam nesse setor no Estado, cinco mil só no Porto Digital. A presidente do SINDPD, Sheyla Lima, afirmou que a categoria vem tentando negociações desde setembro do ano passado, sem atingir decisões consensuais.

"Estamos abertos para discutir essa questão. Já entramos com um pedido de negociação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e estamos aguardando que o Ministério marque a audiência para solucionarmos o impasse. O setor de TI é um dos que mais fatura e precisamos de todo esse movimento para garantir um direito. São profissionais de empresas importantes, uma greve no nosso setor pode provocar um abalo grande", afirmou a presidente do sindicato. 

Os trabalhadores de TI, que pediam ganho real de 3%, aceitaram receber apenas a reposição da inflação. Eles, contudo, também cobram o retroativo do reajuste e a correção de benefícios trabalhistas como o tíquete alimentação. Já o Sindicato de Processamento de Dados de Pernambuco (Seprope), que representa as empresas do setor, diz que só corrigirá o salário e em três parcelas. O retroativo seria pago em abono salarial de 10%. O principal impasse é a recusa por parte do patronato em pagar o reajuste de forma retroativa e a não concessão do reajuste sobre cláusulas não salariais, como auxílio saúde, auxílio creche e tíquete alimentação.

Proposta

A proposta do patronato prevê um reajuste salarial de 8,57 (índice da inflação), pago da seguinte forma: 3% em janeiro/2017; 3% em março/2017; 2,57% em junho/2017 e o pagamento de um abono de 5% em fevereiro/2017 e 5% em março/2017. Os trabalhadores reivindicam o mesmo reajuste, com o pagamento da retroatividade a setembro/2016, seguindo o seguinte calendário: 3% em janeiro/2017; 3% em março/2017 e 2,57% em maio/2017. Além disso, a categoria pede o reajuste nas demais cláusulas de impacto financeiro.

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