O recuo de 6,2% nas vendas do comércio varejista registrado em 2016 foi o mais acentuado da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2001 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todas as atividades investigadas registraram perdas, sendo que seis delas também tiveram as quedas recordes.
O setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve uma retração de 3,1% em 2016, maior impacto sobre o total do varejo. Foi o pior resultado para o segmento desde 2003, quando caiu 4,8%.
Segundo o IBGE, a perda da renda real dos trabalhadores e o aumento de preços dos alimentos em domicílio foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo do setor.
Os demais resultados foram: Móveis e eletrodomésticos (-12,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,5%); Combustíveis e lubrificantes (-9,2%); Tecidos, vestuário e calçados (-10,9%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,1%); Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (-12,3%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,1%).
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, a queda de 8,7% nas vendas no ano passado, também foi a mais acentuada da série histórica, iniciada em 2004.
As vendas de Veículos, motos, partes e peças despencaram 14,0%, enquanto a de Material de construção recuou 10,7%. Segundo o IBGE, a diminuição do ritmo de financiamentos, a elevação da taxa de juros e a restrição orçamentária das famílias foram fatores que prejudicaram as vendas do varejo ampliado em 2016.
O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito caiu 0,5% em dezembro, divulgou o IBGE. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o índice de média móvel trimestral das vendas teve ligeira queda de 0,1% em dezembro.