'Vemos sinais de início de retomada da economia', diz presidente do BNDES

De acordo com a presidente do BNDES Maria Silvia Bastos Marques, as áreas de infraestrutura, óleo e gás e agricultura devem liderar o processo de retomada da economia
Estadão Conteúdo
Publicado em 21/02/2017 às 22:41
De acordo com a presidente do BNDES Maria Silvia Bastos Marques, as áreas de infraestrutura, óleo e gás e agricultura devem liderar o processo de retomada da economia Foto: Vanderlei Almeida/AFP


Após reunião com o presidente Michel Temer e com outros ministros no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (21) a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, reforçou o atual discurso do governo e disse que já é possível ver sinais de início da retomada da economia. "Estamos vendo que o vale já passou", disse. Segundo Maria Silvia, as áreas de infraestrutura, óleo e gás e agricultura "possivelmente" devem liderar esse processo de retomada.

A presidente do banco disse ainda que está há algum tempo tentando marcar a reunião com Temer para mostrar como o BNDES "opera e o que a gente está fazendo". Segundo ela, no encontro - do qual participaram os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Moreira Franco (Secretário-Geral da Presidência) e Dyogo Oliveira (Planejamento) - foi traçado um "panorama geral da economia brasileira". Maria Silvia disse que no encontro não foi debatido nada sobre TJLP e que foi apenas uma reunião de trabalho comum. 

A presidente do banco rechaçou a suposta insatisfação do presidente. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que o governo queria a reunião para promover um "alinhamento" junto ao BNDES. Segundo fontes, Temer tem recebido reclamações da atuação discreta do banco de fomento, que antes "ajudava mais" no ambiente econômico. "Ele ficou bastante satisfeito com que ouviu", afirmou. 

A presidente do BNDES disse não concordar com a avaliação e ressaltou que ainda há uma capacidade ociosa muito grande na indústria. Segundo ela, hoje apenas os três setores que devem ajudar a retomada - óleo e gás, agricultura e infraestrutura - não têm capacidade ociosa. Maria Silvia aproveitou ainda para destacar as ações do banco de fomento nesses setores.

Ela destacou que, em infraestrutura, o banco está investindo nas concessões por meio de PPPs e que a instituição já aprovou recursos para energia. Disse ainda que, na agricultura, o BNDES tem "um papel importante", por ser o maior financiador, e ressaltou que, apesar de o banco ser conhecido por grandes operações, o BNDES "é mais do que isso". 

Maria Silvia lembrou também algumas ações já divulgadas pelo banco como crédito para capital de giro e disse que a medida foi muito importante para evitar que as empresas fossem à falência. Segundo ela, a linha de capital de giro vai vigorar até dezembro de 2017. "Estamos avaliando continuamente", explicou. Por fim, ela lembrou a devolução de R$ 100 bilhões ao Tesouro no ano passado e completou que "não há nada para devolver este ano". 

Cedae

Maria Silvia disse que o BNDES não está participando mais da discussão em torno da companhia de saneamento do Rio, a Cedae, e afirmou que a Fazenda está cuidando disso. 

Nesta terça-feira, pela manhã, ao citar a necessidade de reforma da Previdência, Temer citou o exemplo da crise financeira do Rio de Janeiro e exaltou o avanço para a venda da Cedar ontem na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Segundo ele, o fato de a Alerj ter aprovado a medida "serve de exemplo" e "entusiasma" o governo para aprovar o pacote que exige as contrapartidas do Rio para receber ajuda da União.

O texto-base do projeto de lei que autoriza a privatização da Cedae, a estatal fluminense de águas e esgoto, foi aprovado ontem com placar de 41 votos a favor e 28 contra (apenas um dos 70 deputados não votou). Foi o primeiro passo para o governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) cumprir a primeira contrapartida exigida pelo governo federal no plano de recuperação fiscal firmado no fim de janeiro.

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