As regras do crédito rotativo vão mudar em abril. A partir do dia 3, ninguém poderá ficar com dívidas por mais de 30 dias no cartão de crédito. Os bancos já anunciaram as novas regras para atender à resolução nº 4.549 do Conselho Monetário Nacional (CMN). O consumidor poderá escolher modalidades alternativas para pagar as dívidas, como o parcelamento. Confira 10 perguntas e respostas sobre as mudanças.
1 - Como é o rotativo hoje?
O rotativo é acionado quando o consumidor paga qualquer valor entre o mínimo e o total da fatura. Como os juros cobrados são elevados, na ordem de 500% ao ano, o risco de endividamento é alto.
2 - Como vai funcionar?
O Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que, a partir de 3 de abril, o uso do rotativo será limitado a apenas 30 dias. Passado esse período, o banco deverá migrar o consumidor para a linha de parcelado do cartão de crédito, que possui juros menores.
3 - Como será a migração?
Cada banco escolheu uma maneira para acionar o parcelamento do saldo em atraso. No Banco do Brasil e no Itaú Unibanco, os clientes terão de saldar todo o valor do rotativo, acrescido de novos gastos, se houver, ou parcelar.
4 - E nos demais bancos?
No Santander e no Bradesco, é possível quitar apenas parte do que é devido (15%), e o restante será dividido em prestações fixas a partir do mês seguinte. O Santander ainda permite pagar só a cifra pendente no rotativo e jogar para a próxima fatura os novos gastos daquele mês.
5 - Como será o uso do rotativo na Caixa Econômica Federal?
O banco estatal ainda está definindo como será o seu sistema, mas promete estar de acordo com o novo regulamento até o prazo definido pelo CMN.
6 - É possível fazer múltiplos parcelamentos?
Sim. Cada nova operação, contudo, compromete o limite do cliente
7 - Quais são os efeitos práticos da medida?
Os juros cobrados no parcelamento do cartão são menores do que os do rotativo. Outra mudança importante é que o valor mínimo das faturas vai crescer a partir de agora. Isso porque nesta cobrança será incluída uma parte ou todo o saldo do rotativo, a depender do banco.
8 - Por que cada banco escolheu um método?
O CMN delimitou apenas linhas gerais da nova regra.
9 - Quais são os riscos?
Para o Idec, falta clareza sobre como será aplicada a regra, o que pode prejudicar o entendimento do consumidor e reproduzir no crédito parcelado a mesma dinâmica do rotativo.
10 - Quando os juros deverão cair?
Empresas de cartões preveem queda da taxa do rotativo a partir de abril.
Atualmente, os juros do rotativo, a linha de crédito mais cara, giram em torno de 15% ao mês e 486,7% ao ano. Enquanto o parcelamento fica em torno de 8,35% ao mês e 161,9% ao ano. Os dados são do Banco Central referentes a janeiro último.
A entrada no rotativo acontece quando o cliente paga o valor mínimo. A fatura no mês seguinte traz o saldo devedor, as taxas do rotativo e os novos gastos do mês. Agora, se o cliente não abater a dívida, alguns bancos vão parcelar automaticamente o valor.
É o caso do Banco do Brasil. Se o cliente não escolher uma modalidade, a dívida será parcelada em 24 vezes com juros que vão de 3,13% a 9,38%. O mesmo ocorre no Santander, em que os valores variam entre 2,99% a 9,99% ao mês, com possibilidade de parcelamento em até 18 vezes. O valor mínimo da fatura será composto pelo percentual de 15% sobre os novos gastos e as parcelas de financiamentos de faturas anteriores.
Já o Itaú oferece outras possibilidades, como financiar a dívida. O cliente dá um valor de entrada e parcela o resto em 12 vezes. As taxas começam em 0,99% e vão até 8,9% ao mês. É possível dividir em até 24 parcelas. O Bradesco oferece taxas de 3,60% e 9,80% ao mês e parcelamento em até 12 vezes. O Itaú baixou o valor do rotativo, que ficou de 1,99% a 9,90% a.m.