A Petrobras, detentora de praticamente 100% do abastecimento do insumo no mercado brasileiro, vai reduzir o subsídio do gás de cozinha (Gás Liquefeito de Petróleo, GLP), fazendo com que o valor final aos revendedores e consumidores suba consideravelmente.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a Petrobras já está recalculando o valor e definindo o real aumento do preço do gás GLP, o popular gás de cozinha, vendido em sua maioria em botijões de 13 quilos. Por conta disso, a empresa está estudando o impacto que será causado no preço final aos consumidores brasileiros, já que o mercado acabou fazendo seus reajustes por conta própria, já causando efeitos diretos ao consumidor final. O entendimento é de que, após vários anos de uma política de subsídio que manteve o preço do gás da estatal sem aumento significativo, esse cause maiores efeitos.
O botijão de gás GLP, está presente em 59,5 milhões de residências, ou 96% do total de famílias do País e para cada um vendido, a Petrobras fica com, aproximadamente, 24% do valor. Já as distribuidoras e revendas ficam com um percentual médio de 57% e, segundo dados da estatal, outros 15% são destinados ao ICMS e 4% ao PIS e COFINS.
Entenda o que aconteceu:
De acordo com o histórico de reajustes, entre os anos de 2003 e 2016, quase treze anos, foi acumulado um reajuste médio de 89%, já que o aumento realizado pela estatal nesse período foi de apenas 16,4% Neste mesmo período, o preço final do gás cobrado pelas revendedoras saltou de R$ 29,35 para R$ 55,60 o botijão.
Somente em 2015 é que viria o primeiro aumento pela estatal, de 15%. No mesmo ano, o aumento repassado pelas revendedoras ao consumidor chegou a 22,6%. No ano passado, a estatal fez um novo aumento, de 1,4%, ante 2,1% feito pelo mercado.
Ou seja, a Petrobras, a pedido do governo, segurou o máximo possível o aumento, tentando segurar a real inflação do período, mas o mercado fez o seu próprio reajuste.
No segundo semestre do ano passado (2016), a Petrobras já tinha reajustado em 12,3% o GLP destinado aos usos industrial, comercial e granel às distribuidoras, mas não aumentou o preço para os consumidores residenciais. No mesmo período, a estatal alterou o preço do diesel nas refinarias em 9,5%, em média, e o valor da gasolina em 8,1%.
Na avaliação dos técnicos da Petrobras é necessário recuperar ao menos uma fatia do preço, por conta da defasagem que se acumulou nesses anos e não apenas por causa da inflação, mas do próprio valor que o mercado adaptou.
De acordo com dados da empresa Preço do Gás (https://www.precodogas.com br), que divulga valores médios do botijão de gás GLP praticados em todo o país, a variação atual de preços do gás de cozinha chega a mais de 78%, ficando entre R$ 44,90 e R$ 80,00, na entrega ao cliente.
Os dados se baseiam em informações de mais de 500 revendedores cadastrados em todo o Brasil. O valor mais barato foi encontrado no Espírito Santo, enquanto o mais caro é cobrado em Mato Grosso.
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