O crédito é fantástico para a economia do País. Serve para antecipar sonhos e desejos, para dar mais estrutura e conforto para as pessoas e famílias e permitir investimentos no curto, médio e longo prazo. Ocorre que o crédito é concedido sem uma avaliação fiel do perfil do cliente e, até mesmo, utilizado sem planejamento adequado. E isso tem levado ao alto endividamento das famílias brasileiras.
De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Liquidação de Cheques realizada mensalmente pela TeleCheque, serviço da MultiCrédito, a inadimplência em cheque chegou a 3,09% em maio, índice similar ao registrado no mesmo período do ano anterior, quando ficou na marca de 3,06%. Isso demonstra que o consumidor precisa ficar atento aos detalhes.
A população tem o hábito de analisar o valor da parcela, mas não o de registrar cada compra e parcela e somar o montante, avaliando se terá condições de pagar. Aliás, a maioria das pessoas não analisa o quanto tem de despesas fixas e o que sobra para comprar a crédito. Por isso, o foco está em trabalhar a educação e o comportamento financeiro.
- Não contrate nenhuma outra dívida até quitar todas as existentes. Salvo se for trocar uma dívida mais cara por uma mais barata (com juros menores).
- No caso de trocar uma dívida por outra, é muito importante verificar com o gerente do seu banco um financiamento com juros bem menores que os das dívidas atuais (pesquise as taxas de juros antes de fechar), faça um pacote. Dessa forma, além de reduzir o valor da dívida, você fica com uma sensação mais positiva, pois vai ter apenas um débito para gerenciar. Cuidado nesse momento, com as taxas, seguros que estão por trás desse tipo de financiamento. Peça um detalhamento de tudo o que deve pagar.
- No mínimo, procure todos os seus credores. A pessoa endividada fica com medo de procurar e acaba se assustando com o tamanho da dívida. Mas é preciso encarar a realidade. Procure saber o valor atual, formas de parcelamento e descontos. Negocie!
- Nesse momento, a mudança de comportamento precisa ser total. Converse com sua família, pessoas com quem vive ou são seus dependentes. Diga que, desse ponto em diante, precisam ter uma nova atitude com relação ao dinheiro para obter tranquilidade no futuro. Compre apenas o necessário. A pergunta que não pode calar e deve ficar anotada em todo lugar, inclusive na carteira é: "Eu preciso disso? "
- Outras questões: "Se eu comprar isso, o que vai agregar de valor à minha vida e à da minha família? "; "Quais benefícios a minha vida vai ter em comprar isso? "; "Eu posso pagar por isso no longo prazo? "; "E se algo acontecer fora do meu planejamento, é possível pagar isso? ". Quando fazemos perguntas para nós mesmos, começamos a perceber a realidade e passamos a trabalhar de forma mais racional e menos emocional no momento do consumo.
E, por fim, cuide de você, do seu dinheiro e do seu crédito, eles são seu patrimônio. É possível realizar sonhos e objetivos, com planejamento e sem se endividar. Basta aplicar alguns passos básicos e cuidar da forma como pensa e sente em relação ao dinheiro e ao consumo.