O Índice de Confiança de Serviços (ICS) da Fundação Getulio Vargas recuou 2,8 pontos em junho, para 81,9 pontos. O desempenho negativo no mês deve-se, sobretudo, à piora das expectativas. O Índice de Expectativas (IE-S) do setor caiu 5,2 pontos, enquanto o Índice da Situação Atual (ISA-S) cedeu apenas -0,4 ponto.
A queda de 2,8 pontos da confiança de Serviços em junho foi a maior desde setembro de 2015 (3,0 pontos) e teve um perfil setorialmente generalizado, atingindo 9 das 13 atividades pesquisadas. A principal contribuição para a variação do IE-S em junho foi dada pelo indicador que mede as expectativas em relação a Demanda nos três meses seguintes, que recuou 5,3 pontos, para 84,7 pontos. No caso do ISA-S, a maior contribuição para a queda no mês foi dada pelo indicador de Situação Atual dos Negócios, que caiu 0,7 ponto para 78,3 pontos. O NUCI do setor de serviços caiu 0,9 ponto percentual em junho, para 81,5%, o menor nível da série histórica.
Entre os fatores que vêm sendo apontados como entrave à atividade das empresas, o quesito demanda insuficiente continua liderando as reclamações, tendo sido apontado por 39,4% das empresas em junho. A segunda maior frequência relativa de citações em junho foi para a opção de resposta aberta (Outros Fatores), marcada por 33,5% das empresas. Ao classificarmos as respostas livres da opção Outros Fatores em duas grandes categorias, Clima Econômico e Clima Político, observa-se um forte indicativo da influência do ambiente político na avaliação das empresas sobre o rumo dos negócios em junho. A citação ao Clima Político como um fator limitativo supera pela primeira vez desde outubro de 2014, período de eleições, o Clima Econômico, o que reforça a interpretação de que a piora das expectativas esteja relacionada aos eventos de 17 de maio.
A edição de junho de 2017 coletou informações de 1986 empresas entre os dias 1 e 27 deste mês. A próxima divulgação da Sondagem de Serviços ocorrerá no dia 31 de julho.