Após o superávit de US$ 2,884 bilhões em maio, o resultado das transações correntes ficou positivo em US$ 1,330 bilhão em junho, informou nesta sexta-feira, 21, o Banco Central (BC). Este é o quarto superávit mensal consecutivo e o melhor resultado para junho desde 2004 (US$ 1,994 bilhão), sendo que a série histórica começou em 1995. O BC projetava para junho superávit em conta de US$ 750 milhões.
O resultado do mês passado ficou dentro do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast com 25 instituições, que tinha intervalo de déficit de US$ 300 milhões a superávit de US$ 2,100 bilhões (mediana positiva de US$ 1,300 bilhão). A estimativa do BC, atualizada no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), é que o rombo externo de 2017 seja de US$ 24,0 bilhões.
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 34,936 bilhões em junho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 15,551 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 19,732 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no azul em US$ 2,012 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre do ano, o superávit nas contas externas somou US$ 715 milhões. Já nos últimos 12 meses até junho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 14,328 bilhões, o que representa 0,76% do Produto Interno Bruto (PIB). Este é o menor porcentual em relação ao PIB desde março de 2008 (0,73%).
Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 3,991 bilhões em junho, informou o Banco Central. O resultado ficou dentro das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast com 22 instituições financeiras, que iam de US$ 1,8 bilhão a US$ 4,6 bilhões, e acima da mediana prevista, de US$ 2,650 bilhões.
Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de junho indicaria entrada de US$ 2,5 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre de 2017, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 36,271 bilhões. Já a estimativa do BC para este ano, atualizada no último Relatório Trimestral de Inflação, é de US$ 75,0 bilhões de IDP.
No acumulado dos últimos 12 meses até junho deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 80,615 bilhões, o que representa 4,25% do PIB.
A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em junho. No mês passado, quando o dólar subiu cerca de 2% ante o real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 1,133 bilhão. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 970 milhões.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,510 bilhão em junho. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 377 milhões no mês passado.
No acumulado do primeiro semestre do ano, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 5,747 bilhões. Em igual período do ano passado, esse valor era de US$ 3,377 bilhões. Para 2017, o BC estima um déficit de US$ 12,5 bilhões para esta rubrica, mais que os US$ 8,473 bilhões de déficit registrados em 2016.