O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (5) a reunião de dois dias que vai definir o novo nível da Selic (a taxa básica de juros da economia), atualmente em 9,25% ao ano. Com os índices de inflação acomodados e a atividade ainda em marcha lenta, a expectativa dos economistas do mercado é de mais um corte de 1 ponto porcentual da taxa, para 8,25% ao ano.
Entre 54 instituições financeiras consultadas pelo Projeções Broadcast, todas esperam por um corte desta magnitude nesta quarta-feira, quando termina o encontro do Copom. Os 8,25% para a Selic, se confirmados, representarão a menor taxa de juros desde julho de 2013, quando estava em 8% ao ano.
O corte de 1 ponto porcentual da Selic vai disparar o gatilho de mudança na remuneração das cadernetas de poupança. Pelas regras atuais, quando a Selic for igual ou menor que 8,5% ao ano, a remuneração da poupança corresponde a 70% da taxa básica. Com a Selic acima de 8,50% - o que se vê até agora -, a poupança é corrigida pela taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês.
O mecanismo que vincula a poupança à Selic não é utilizado desde o segundo semestre de 2013. Criado durante o governo de Dilma Rousseff , essa regra serve para evitar a transferência em massa de recursos atualmente aplicados em fundos de renda fixa para a caderneta. Isso foi feito porque a queda da Selic torna estes fundos menos atrativos que a poupança. Uma migração poderia quebrar a indústria de fundos.
Nos comunicados mais recentes do Banco Central, as sinalizações também foram no sentido de continuidade no ritmo de corte da Selic, de 1 ponto porcentual. Porém, as preocupações em torno do andamento das reformas no Congresso - em especial, a da previdência - ainda permanecem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.