'Querem que trabalhemos na marra? Não é escravidão', diz caminhoneiro

''Eu vou trabalhar o dia que eu quiser, sou autônomo'', disse um caminhoneiro apósTemer convocar as Forças Armadas para liberar estradas
Estadão Conteúdo
Publicado em 25/05/2018 às 21:38
''Eu vou trabalhar o dia que eu quiser, sou autônomo'', disse um caminhoneiro apósTemer convocar as Forças Armadas para liberar estradas Foto: Foto: DOUGLAS MAGNO / AFP


O presidente Michel Temer convocou, em pronunciamento oficial na tarde desta sexta-feira (25) as Forças Armadas para desbloquear rodovias ocupadas por caminhoneiros em protesto. Os motoristas, no entanto, relatam que as vias não estão obstruídas e que o caminhoneiro que quiser sair está liberado.

"A conversa aqui é de que quem quiser ir embora, está liberado. Mas o pessoal está dizendo que vai ficar aqui. Ficamos até hoje, vamos continuar aqui." Conta o caminhoneiro Jaison Dreher, que está na rodovia Fernão Dias.

O motorista também questiona a ida do exército até as estradas. "Querem que a gente trabalhe na marra? Não é escravidão. Eu vou trabalhar o dia que eu quiser, sou autônomo."

O caminhoneiro Alexandre Aparício, que está nos protestos da BR 101 acrescenta que caminhões com combustíveis para órgãos públicos, carga viva e mercadorias essenciais de hospital estão passando. Ele ainda afirma que, mesmo que precisem retirar os caminhões das rodovias, seguirão sem fazer fretes. "Não estamos interrompendo nenhuma rodovia, estamos no acostamento. Se eles vierem querer tirar o caminhão, levamos o caminhão para casa." 

Resistência

Manuel Costa Filho, caminhoneiro que está nas manifestações da BR 324, ainda relata outra estratégia que colegas estão adotando para seguir com o protesto. "Alguns caminhoneiros estão furando os próprios pneus, tirando as chaves dos carros e estão decididos a resistir", afirmou.

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