Maior dificuldade no Grande Recife é comprar gás

No bairro de Santo Amaro, por exemplo, uma revendedora da Ultragaz recebeu, após uma semana, a primeira leva de botijões nessa quarta-feira
JC Online
Publicado em 31/05/2018 às 7:01
Foto: Foto: Leo Motta/JC Imagem


atualizada às 9h45

Com a saída de mais caminhões-tanque do Porto de Suape, um número maior de postos de combustíveis consegue vender à população gasolina, álcool e diesel. Na área central e Zona Norte do Recife, localidades percorridas pela reportagem do Jornal do Commercio, o preço da gasolina variava entre R$ 4,65 e R$ 4,70, com alguns estabelecimentos não mais limitando a quantidade abastecida pelos clientes. De acordo com o sindicato da categoria, 70% dos postos do Grande Recife estarão abastecidos até o fim do dia. A distribuição de gás de cozinha, entretanto, ainda preocupa muita gente. No bairro de Santo Amaro, por exemplo, uma revendedora da Ultragaz recebeu, após uma semana, a primeira leva de botijões nessa quarta-feira (30), mas quantidade bem abaixo do que normalmente é entregue.

Em Nova descoberta, Zona Norte do Recife, a promessa era de chegar gás até as 10h. "Não tem gás. Ia chegar às 10h, já mudaram para as 13 e a gente tá aí sem gás e sem trabalhar desde a semana passada", disse um dos funcionários de uma distribuidora do bairro.

Para quem está sem gás de cozinha, a espera pela normalização das vendas ainda deve se prolongar. De acordo com a previsão do governo do Estado, até as primeiras horas de hoje, 60 caminhões com GLP devem deixar o Porto de Suape. “Geralmente, por dia, eu recebo 70 botijões para revender aos clientes. O caminhão, que não vem desde a terça-feira (22), só entregou 20”, conta a proprietária de uma revenda da Ultragaz no Bairro de Santo Amaro, Maria do Carmo.

No Posto Petrovia da Avenida Visconde de Suassuna, em Santo Amaro, pouco antes das 11h de ontem, a distribuidora fez a entrega de 10 mil litros de gasolina comum, 6 mil litros de gasolina aditivada e de 4 mil litros de álcool. Os combustíveis, conforme o proprietário do posto, Romero Câmara, foram suficientes para atender à fila de carros que chegava até a avenida Mário Melo. “Saiu uma quantidade boa de caminhões de Suape. Estamos conseguindo atender, mas a demanda de clientes ainda está muito grande. Não estamos nem limitando mais quanto o motorista pode abastecer. Por isso, o que chegou só deve durar até as 18h de hoje (ontem)”, afirmou ele.

Ainda de acordo com Câmara, o preço da gasolina (R$ 4,67) foi reajustado apenas uma vez desde o início da paralisação. “Aumentamos só um pouco e espero que possamos manter isso. Amanhã (hoje) temos a previsão de que chegue mais gasolina”, revela.

"Desde o início da manhã estamos conseguindo fazer que tanto combustível, como gás cheguem às cidades pernambucanas. Temos uma meta de mais de mil caminhões saindo nesta quarta-feira (30) de Suape; e até às 17 horas mais de 650 haviam sido retirados. Agora, só estamos com um ponto de bloqueio, que é em Ouricuri e esperamos acelerar esse conjunto de ações para que a normalidade esteja presente em Pernambuco", disse Paulo.

O governador ainda disse que a normalidade vai ocorrer gradativamente ao longo dos próximos dias, principalmente na Região Metropolitana do Recife. "Buscamos celeridade para que chegue gás e combustível em todas as cidades. Mais de 70 municípios já receberam combustível", disse o socialista, que completou afirmando que nesta quinta-feira não haverá problema algum com transporte coletivo.

Desbloqueio das estradas

 O exército encaminhou, na tarde dessa quarta-feira (30), mais caminhões e ônibus para as rodovias do Nordeste na intenção de desbloquear os pontos que ainda não foram liberados pelos caminhoneiros no décimo dia seguido de paralisação contra o aumento do preço do combustível. Cerca de 100 policiais entre civis, militares, rodoviários federais e afins, realizam a Operação Corredores Livres. Segundo informou o exército, a prioridade de desbloqueio é a BR-101.

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