Em linha com o dólar, os juros futuros abriram em firme queda nesta terça-feira, (2). Nas mínimas intraday, as taxas de alguns contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) recuaram quase 20 pontos-base. O bom humor no mercado doméstico contradiz o comportamento negativo dos ativos de risco no exterior.
O principal motivo para esse movimento é o resultado da pesquisa Ibope divulgada na noite desta segunda-feira, dia 1º. Além da estagnação de Fernando Haddad (PT), agentes do mercado citam o crescimento de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno em 4 pontos porcentuais e o aumento da rejeição do petista.
"Bolsonaro cresce no primeiro turno e empata com Haddad no segundo turno", destaca um profissional do mercado cambial. No Nordeste, Bolsonaro cresceu 6 pontos porcentuais, ainda que Haddad siga liderando a preferência na região.
Um operador do mercado de juros futuros também cita como um segundo vetor para a firme queda das taxas dos DIs a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, de manter a proibição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder entrevistas da prisão.
No exterior, o dólar ganha força ante as pares de economias desenvolvidas e também em relação às principais emergentes. Há um crescente desconforto na União Europeia com situação fiscal da Itália. "Dólar é favorecido neste momento de maior incerteza", escreveram analistas da LCA Consultores.
Às 9h42 desta terça, o DI para janeiro de 2020 estava em 8,18%, de 8,24% no ajuste da véspera. O DI para janeiro de 2021 exibia 9,41%, de 9,52%, enquanto o vencimento para janeiro de 2023 estava em 10,90%, de 11,02% no ajuste da véspera.
Sem efeito nos negócios, a produção industrial caiu 0,3% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE divulgou na manhã desta terça-feira. O resultado veio no piso do intervalo das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast.