A cada minuto, no Brasil, são realizadas 35,8 mil transações usando o cartão de débito ou crédito. Em 2018, os cartões de crédito foram usados 9,4 bilhões de vezes pelos brasileiros, enquanto os cartões de débito, 9,3 bilhões, e os cartões pré-pagos, 180,1 milhões.
Segundo dados consolidados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os brasileiros realizaram R$ 1,55 trilhão em compras com cartões em 2018, crescimento de 14,5% em relação a 2017 – maior alta desde 2014, quando o setor cresceu 14,8%.
É nesse contexto que o uso do cartão pré-pago vem se mostrando uma alternativa para simplificar a gestão seja de uma casa, da mesada dos filhos, das pequenas despesas de uma organização e até mesmo facilitando a organização de viagens.
De acordo com o educador financeiro e diretor da GigaMedia Consultoria, Arnóbio Albuquerque, essa ferramenta é considerada um cartão de débito, funcionando como uma carteira digital.
“O cartão pré-pago termina sendo muito prático porque o portador coloca dinheiro na carteira digital e, quando quiser, gasta o recurso usando a mesma rede de compras dos cartões de crédito. No lugar de carregar notas no bolso, leva apenas um cartão”, destaca, ressaltando que qualquer estabelecimento que tenha uma maquineta de cartão de crédito também aceita o plástico pré-pago.
“Ele (cartão pré-pago) vale também para compras pela Internet, e a diferença em relação ao cartão de crédito tradicional é que não se pode parcelar compras, mas também não gera dívidas e nunca tem faturas para pagar. O limite de gastos é o valor que foi depositado previamente”, pontua o consultor.
Albuquerque sugere, ainda, que o cartão pré-pago seja usado como um auxiliar na educação financeira de crianças e adolescentes, uma vez que as obriga a controlar seus gastos. “No lugar de pagar uma mesada em dinheiro, os pais depositam o valor no cartão dos filhos. Na hora de gastar, estes têm que saber qual é o saldo disponível. Só gastam até o limite do saldo, sem riscos de surpreender a família”, destaca.
Para o vice presidente de Desenvolvimento de Negócios Mastercard Brasil e Cone Sul, Paulo Frossard, o sucesso desse tipo de cartão reside no fato de que ele é acessível a qualquer pessoa e o contrato exigirá apenas o CPF, viabilizando não apenas os pagamentos físicos como também as compras on line.
“Não existem valores predefinidos de recarga. O usuário pode escolher qual valor adicionar”, salienta Frossard, ressaltando que dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS) mostram que a adesão do cartão pré-pago cresceu 68,8% no último ano.
O educador financeiro também salienta que, nas empresas, o uso do cartão pré-pago simplifica o controle daqueles custos de fundo de caixa, que são pequenas despesas cotidianas.
“Não precisa anotar cada compra efetuada. O extrato do cartão mostra como foi gasto cada centavo. (O uso é feito) Até mesmo órgãos governamentais que não querem perder tempo para controlar as despesas do cafezinho, do açúcar e do papel higiênico”, diz, lembrando que há uma tendência crescente de adesão das organizações.
“No lugar de uma logística complexa para enviar dinheiro para pequenas despesas, basta depositar o valor do mês no cartão”, completa.
Outra possibilidade de uso bastante cômodo do pré-pago são nas viagens ao exterior. “No lugar de adquirir moeda estrangeira em espécie, o cartão pré-pago resolve tudo com mais praticidade, sendo aceito nas mesmas redes de compras de 200 países”, esclarece o professor, destacando que, nesse caso, a conversão para a moeda local é feita de forma automática.
“O portador pode colocar saldo em dólares e usar o cartão na Argentina, na China ou na República Tcheca. Em caso de perda, o cartão pode ser bloqueado e outro emitido no lugar. O cuidado aqui é lembrar que há incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) quando colocamos saldo nesses cartões. Mas esse custo pode ser visto como o valor do seguro contra perda e roubo de dinheiro em espécie”, explica.
Pessoas que não utilizam qualquer serviço bancário, os desbancarizados, como são conhecidos, também podem usufruir dessa ferramenta para simplificar as finanças e facilitar a vida.
De acordo com levantamento do Banco Mundial, em 2017, os desbancarizados compreendem 30% da população do Brasil.
Para adquirir o cartão pré-pago, o consumidor pode adquirir pela Internet ou loja conveniada, ativá-lo e usar sem pegar filas ou passar por análise de crédito. Todo o procedimento de compra e ativação dura, no máximo, 15 minutos.
Ao todo, os brasileiros movimentaram R$ 416 bilhões com cartões no trimestre, sendo R$ 260 bilhões (+17,8%) com cartões de crédito, R$ 152,5 bilhões (+15,1%) com cartões de débito e R$ 3,5 bilhões (+58,8%) com cartões pré-pagos.
O volume transacionado com cartões equivale a quase um quarto (24,3%) do PIB (produto interno bruto) nacional do mesmo período. Há dez anos, no 1º trimestre de 2009, essa participação era de 11,4%.
Para efeito de comparação, enquanto cartões cresceram 17% no 1º trimestre, o consumo das famílias e o próprio PIB tiveram avanço nominal de 4,9% e 4,2%, respectivamente, no mesmo período. Isso mostra que os meios eletrônicos de pagamento vêm conquistando uma importância cada vez maior no dia a dia do brasileiro, nas relações de consumo e na economia do País.
Segundo pesquisa da Abecs realizada pelo Datafolha, cresceu o número de pessoas que usam o cartão de crédito para compras online. Entre 2018 e 2019, subiu de 80% para 86% a fatia de clientes de e-commerce que usam o cartão de crédito em suas compras.
Também cresceu a preferência pelo uso do celular como plataforma de acesso ao e-commerce. No mesmo período, subiu de 58% para 68% o universo de pessoas que usam seu dispositivo móvel para a realização de compras pela internet. Em seguida, estão o computador tradicional (35%), o notebook (34%) e o tablet (4%).
O uso dos cartões continua mais concentrado no Sudeste, que detém 60,9% de todo o volume movimentado. Em seguida estão Sul (15%), Nordeste (13%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (3,5%). O Sudeste também registrou o maior crescimento nacional em relação ao uso do cartão de crédito, com alta de 20%. Já o cartão de débito teve o avanço mais expressivo na região Norte, com 19%, reflexo do contínuo processo de inclusão financeira no País.
Porta de entrada para uma melhor gestão financeira, o cartão pré-pago não exige burocracia para a compra e o uso. Por isso, é recomendável para pessoas que não possuem conta em banco e querem uma forma fácil e descomplicada de realizar pagamentos. É um procedimento muito simples: a pessoa pode compra-lo pela Internet ou loja conveniada, ativá-lo e usar sem pegar filas ou passar por análise de crédito. Todo o procedimento de compra e ativação dura, no máximo, 15 minutos
Ampla rede de aceitação O cartão pré-pago funciona em qualquer lugar que tenha maquininha que aceite as principais bandeiras do Brasil. O usuário consegue fazer compras com simplicidade, segurança e praticidade, aproveitando as vantagens e benefícios que os meios eletrônicos de pagamento têm a oferecer.
Facilidade para administrar As taxas do cartão pré-pago são totalmente transparentes e o usuário tem 100% do controle por um aplicativo, além de uma plataforma online que pode ser acessada de qualquer navegador. Lá, o usuário consegue visualizar saldo, extrato e outros serviços à disposição, como transferências e pagamentos de contas.
Um cartão feito para todos A proposta do pré-pago é interessante tanto para quem está no vermelho quanto para quem tem uma vida financeira saudável. Isso acontece porque o usuário não corre o risco de ficar com saldo negativo, uma vez que ele tem à disposição para uso apenas o valor carregado no cartão. Assim, o cartão ajuda o consumidor a poupar dinheiro e a organizar a vida financeira mais facilmente, além de protegê-lo de novas dívidas. Em todas as situações, os cuidados com o pré-pago são os mesmos para o cartão normal.