O presidente Jair Bolsonaro disse, em sua conta pessoal no Twitter, na manhã desta quinta-feira, 5, que é preciso preservar a Emenda do Teto de Gastos. "Temos que preservar a Emenda do Teto. Devemos sim, reduzir despesas, combater fraudes e desperdícios. Ceder ao teto é abrir uma rachadura no casco do transatlântico. O Brasil vai dar certo. Parabéns a nossos ministros pelo apoio às medidas econômicas do Paulo Guedes."
Na quarta-feira, 4, o mandatário gerou incertezas no mercado ao sinalizar que poderia apoiar a proposta que flexibiliza a regra do teto de gastos, defendida pela Casa Civil e pelo comando das Forças Armadas, sob argumento de que o corte de gastos poderá provocar um apagão nos ministérios e órgãos do governo, incluindo, nas palavras do próprio presidente, o corte de luz nos quartéis.
Mas, ao dizer nesta quinta em sua conta pessoal no Twitter que ceder ao teto é "abrir uma rachadura no casco do transatlântico", o presidente vai na linha dos que defendem a manutenção da regra, que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação, o que pode ameaçar a estabilidade fiscal.
Temos que preservar a Emenda do Teto. Devemos sim, reduzir despesas, combater fraudes e desperdícios. Ceder ao teto é abrir uma rachadura no casco do transatlântico. O Brasil vai dar certo. Parabéns a nossos ministros pelo apoio às medidas econômicas do Paulo Guedes.— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 5, 2019
Nesta quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também se manifestou contrário a qualquer flexibilização, dizendo que "o teto de gastos está sólido" e que não adianta aumentar gasto se não reduzir a despesa". "É besteira. Vai ter de aumentar imposto. O que está pressionando o teto é inflação baixa e indexação do orçamento. Então é isso que tem de resolver", destacou.
Em resposta a Maia, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que o governo Bolsonaro não vai mais exigir impostos da sociedade e estuda medidas, que estão sendo elaboradas pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, para deliberar sobre qual ajuste fará nessa regra criada no governo do ex-presidente Michel Temer, em 2016.