O mercado de trabalho pernambucano encerrará 2014 como o pior dos últimos 12 anos. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho (MTE), entre janeiro e novembro 3.005 postos de trabalho foram cortados no Estado. Desde 2002 Pernambuco não registra um número negativo.
Esse corte de 3.005 vagas se refere ao saldo entre novas contratações e demissões, considerando o número ajustado (quando incluem-se correções feitas à medida que as empresas repassam os dados). Ainda observando o saldo ajustado, o encolhimento foi mais forte na Região Metropolitana do Recife (RMR), com fechamento de 12.007 postos entre janeiro e novembro. Já no interior, o movimento foi contrário: foram 9.002 contratados a mais do que a quantidade de demitidos.
Para o Secretário Executivo de Trabalho e Qualificação do Governo do Estado, Paulo Muniz, a dispensa de mais de 20 mil trabalhadores no entorno de Suape, o desaquecimento da construção civil e os resultados do agronegócio de novembro pesaram contra Pernambuco. De acordo com o Caged, no mês passado a construção liderou o fechamento de vagas, com corte de 5.174 postos, seguido do agronegócio, -3.425, e serviços, -2.647. “O desempenho do comércio não foi suficiente para compensar essas perdas”, diz o executivo, referindo-se às 4.095 pessoas contratadas a mais pelo setor.
DESEMPREGO - Além do Caged, foi divulgado nesta quinta-feira (18) o resultado da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Dieese, que indica alta de 0,3 ponto percentual na taxa de desemprego. Em novembro, o índice ficou em 12,4%. Além disso, houve recuo de 11% no contingente de pessoas ocupadas na RMR, comparando com novembro do ano passado. Coordenador regional do estudo, Jairo Santiago, ratifica a análise do secretário e acrescenta que outro contraponto aos cortes foi a indústria.
Segundo o Caged, no mês passado o setor gerou 1.013 novas vagas. “A indústria tem uma representatividade pequena em números absolutos, mas é importante para animar a cadeia e contrabalançar o mercado”, diz. Ele destaca que 2014 deve fechar com uma taxa de desemprego de até 13%, dentro do que tem sido observado nos últimos anos e abaixo dos 23% em que se chegou no início dos anos 2000. Tanto Jairo quanto Paulo Muniz acreditam que 2015 será um ano de recuperação. “Temos diversos polos de desenvolvimento se consolidando no próximo ano”, lembra o secretário.