PIB de Pernambuco cresce 0,6% no primeiro trimestre de 2015

No mesmo período de 2014, o crescimento da economia foi de 4,1%
Da editoria de economia
Publicado em 05/06/2015 às 11:32


O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco registrou um crescimento de 0,6% no primeiro trimestre deste ano, contra os 4,1% do mesmo período do ano passado. No último trimestre de 2014, a economia do Estado cresceu 2,0%. Nos três primeiros meses de 2015, os grandes responsáveis pela performance pífia da economia foram a queda de 3,9% no comércio e de 5,3% na construção civil provocada pelo término de algumas grandes obras, como a Refinaria Abreu e Lima e o desaquecimento do setor imobiliário. A redução no comércio foi provocada pela diminuição do consumo das famílias, que sempre traz impacto no PIB do Estado e do País. “O último trimestre com crescimento zero ocorreu na década de 90”, comenta o diretor executivo de Estudos, Pesquisas e Estatísticas do Condepe/Fidem, Maurílio Lima. O PIB de Pernambuco cresceu 2% em 2014. Em 16 de setembro do ano passado, a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco (Condepe/Fidem) fez uma previsão de que ocorreria um incremento entre 3,5% e 4% do PIB em 2014.

“Pernambuco não é um território isolado. A desaceleração no último trimestre de 2014 foi acima do esperado para Pernambuco e o Brasil. Mesmo assim, foi mantida a tendência de um crescimento dois pontos percentuais acima do PIB do Brasil como ocorreu no ano passado”, explica o presidente da Condepe/Fidem, Flávio Figueiredo.
A agropecuária liderou o crescimento com 2,5% em 2014 e 8% no primeiro trimestre deste ano. No entanto, isso ainda não foi suficiente para recuperar as perdas que o setor registrou desde 2012 devido aos efeitos de uma estiagem que ainda está atingindo o Sertão e o Agreste.

A crise do setor elétrico, ironicamente, ajudou a performance da indústria a ficar positiva. Os serviços industriais de utilidade pública (que incluem a produção e distribuição de eletricidade, gás e água) registraram uma alta de 5,5% no primeiro trimestre deste ano e de 13,9% em 2014. Somente a geração termelétrica cresceu 24,7% comparando 2014 com 2013, elevando o desempenho do setor. “Não comemoramos esse aumento. O ideal seria a indústria de transformação estar crescendo em bases mais sólidas”, diz Flávio. As térmicas incrementaram a produção devido à queda no armazenamento de água dos reservatórios das hidrelétricas. No entanto, elas produzem uma energia cara e usam combustíveis fósseis, muito poluente.

Ainda no primeiro trimestre deste ano, os setores da indústria que continuaram crescendo foram o setor de alimentos (16%), produtos de limpeza e higiene pessoal (9,6%) e têxtil (5,0%). A metalurgia registrou uma queda de 18,4% e equipamentos de transporte com -14,9%. Segundo o Condepe/Fidem, a queda na metalurgia refletiu os problemas que estão ocorrendo no Estaleiro Atlântico Sul que reduziu o seu quadro de pessoal e diminuiu as encomendas aos seus fornecedores.

Durante 2014, o setor de serviços cresceu 2,3% em Pernambuco. “Foi o que sustentou a economia de Pernambuco no ano passado”, explica Maurílio. Os serviços têm um peso de 73% na economia do Estado. A indústria responde por 22% e a agropecuária fica com 5%.
No primeiro trimestre de 2015, o setor de serviços ficou estável com crescimento zero. “A queda de 3,9% no comércio neutralizou os outros itens do setor de serviços que cresceram nos três primeiros meses deste ano”, conclui Maurílio.

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