Eduardo Lyra, do Instituto Gerando Falcões, faz palestra para jovens empreendedores

Considerado um dos jovens mais influentes do País, Eduardo Lyra conta hoje, no Recife, sua vida de superação no Empresarial JCPM
Renato Mota
Publicado em 09/06/2015 às 4:34
Considerado um dos jovens mais influentes do País, Eduardo Lyra conta hoje, no Recife, sua vida de superação no Empresarial JCPM Foto: Ricardo Labastier/JC Imagem


“Falcão é o jovem que não se limita ao chão, ele voa. E quem voa tem visão, enxerga a oportunidade”. E é em falcões que o paulista Eduardo Lyra quer transformar os jovens que vivem em favelas e periferias. Ele é um empreendedor social, uma nova espécie de executivo, cujo produto final não é o lucro, mas, nas suas palavras, “a transformação das pessoas”.

O empreendimento de Eduardo – ou Edu, como ele mesmo se chama – é o Instituto Gerando Falcões, cujo trabalho já atingiu 300 mil jovens de periferia de São Paulo, através da arte, esporte e educação. Por causa do projeto, Edu foi selecionado pelo Fórum Econômico Mundial, como um dos 15 jovens brasileiros que podem mudar o mundo, figurou na revista Forbes entre os 30 jovens mais influentes do Brasil, com menos de 30 anos e recebeu o prêmio Jovem Empreendedor de 2014 pelo LIDE.

Um currículo e tanto para um jovem de 27 anos, que nasceu numa favela de Guarulhos e viu na infância seu pai ser preso após assaltar bancos. “O que faço é fruto do que vivi. Senti na pele a história da exclusão, do preconceito e de viver a miséria extrema”, lembra Edu, que está no Recife para palestrar hoje na segunda edição do Like The Future, encontro promovido pelo LIDE Futuro e que reunirá 180 jovens líderes no JCPM Trade Center. Prestes a encarar uma plateia formada por jovens empreendedores e grandes herdeiros, Edu conta que está acostumado a palestrar “para quem está vencendo e para quem está perdendo. Agora é para quem está vencendo”.

Mas o que teria para falar aos vencedores? “Estar exposto às drogas, violência, visitar meu pai na prisão, ter três empregos para pagar a faculdade...Tudo isso foi aprendizado. Você aprende o valor da conquista. Por isso sou convidado para esse tipo de evento.” A conversa com os jovens hoje deve girar em torno de legado, mas não financeiro, como aconteceu com gerações anteriores. “Se seu pai fez R$ 2 milhões, você tem que fazer R$ 4 milhões? Hoje não é mais o dinheiro pelo dinheiro. Melhor impactar 4 milhões de pessoas – quanto mais você consegue mudar, maior será seu legado.”

Para Edu, crise não é desculpa. “Não faz sentido demitir um funcionário e mais tarde tomar um champanhe de R$ 5 mil. Se é para fazer corte, todo mundo sofre um pouco mas a última coisa é cortar a cabeça do cara lá na ponta”, afirma. Gerenciamento de crises é uma das especialidades do jovem empreendedor social. “Tenho autoridade para falar. Saí do nada e consegui me fazer aos poucos, não guardo mágoa da pobreza. É preciso olhar a crise nos olhos, não ter medo, ficar reclamando ou abaixar a cabeça”, conta.

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