Bancários mantêm greve no país e decidem fazer protesto com petroleiros

Em São Paulo, houve recuo na greve se comparada a adesão em número de funcionários
Da Folhapress
Publicado em 13/10/2015 às 21:57
Em São Paulo, houve recuo na greve se comparada a adesão em número de funcionários Foto: Foto: Divulgação


Com o impasse nas negociações e sem nova proposta salarial dos bancos, os bancários decidiram manter, por tempo indeterminado, a greve que completou oito dias nesta terça-feira (13).

Em São Paulo, houve recuo na greve se comparada a adesão em número de funcionários. Passou de 52 mil na sexta-feira para 24 mil nesta terça, segundo dados divulgados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. A entidade representa 142 mil trabalhadores.

Se a comparação for feita com o número de agências, a paralisação cresceu. Passou de 677 agências na sexta para 851 nesta terça.

Na região de Pinheiros, a reportagem verificou que cartazes com os dizeres "estamos em greve" foram retirados de agências e alguns delas funcionaram normalmente ou parcialmente.

Segundo o sindicato, a paralisação avançou nas zonas norte e sul da capital e em Osasco. Na região leste, o alvo foi a superintendência regional da Caixa, que comanda mais de 68 agências na região e distribui metas, de acordo com a entidade.

MUDANÇA DE FOCO

Ao ser iniciada na semana passada, a greve teve como estratégia paralisar os centros administrativos -locais que concentram maior número de funcionários e realizam atividades que afetam os negócios dos bancos, como operações de câmbio, tecnologia da informação e arrecadação.

Na sexta, o sindicato de São Paulo informou que eram 23 centros afetados; nesta terça, são cinco.

Nesta semana, a greve parece estar migrando para as agências.

Segundo a Contraf-CUT, confederação que representa os trabalhadores no país, são 11.437 agências paradas em 26 estados e no Distrito Federal. O Brasil tem 23.110 de acordo com o Banco Central.

A Fenaban, federação dos bancos, não divulga adesão ao movimento nem atividades afetadas.

"Estamos parando setores importantes, estratégicos, centenas de agências em segmentos importantes, inclusive alta renda. E vamos continuar", disse Juvandia Moreira, presidente do sindicato.

Segundo Roberto von der Osten, a greve só "cessará diante da apresentação de uma proposta que respeite a categoria"

Em São Paulo, uma assembleia com 600 bancários definiu os rumos da paralisação e a realização de um protesto em conjunto com os petroleiros, que também estão em campanha salarial.

O ato será realizado na sexta-feira (16) na avenida Paulista, com concentração no vão livre do Masp a partir das 15h.

Bancários e petroleiros têm reivindicações comuns nas campanhas deste ano -pedem aumento real para os salários, manutenção dos empregos, são contrários à sobrecarga no trabalho e à terceirização "fraudulenta da mão de obra".

IMPASSE

No dia 25 de setembro, a federação dos bancos ofereceu reajuste de 5,5% mais abono de R$ 2,5 mil aos bancários. Segundo o sindicato, a proposta é considerada "desrespeitosa" pela categoria.

Desde então, as negociações foram interrompidas e nenhuma nova proposta foi apresentada.

Os trabalhadores pedem 16% de reajuste salarial, incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real, além de participação nos lucros de salários no valor de três salários mais R$ 7.246,82 fixos.

O comando nacional dos bancários, formado por dirigentes de diversas regiões do país, vai se reunir nesta quarta-feira, em São Paulo, para avaliar a campanha e definir os próximos passos do movimento.

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