Cristovam Buarque critica desvinculação de despesas obrigatórias com saúde e educação

Senador comentou medidas econômicas e disse que ainda espera um pacote "macro" para a economia brasileira
JC Online
Publicado em 25/05/2016 às 9:58
Foto: NE10


O senador Cristovam Buarque (PPS) criticou, durante entrevista no programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, na manhã desta quarta-feira, a medida econômica do governo Michel Temer que desvincula as despesas obrigatórias com saúde e educação. Cristóvam, que já foi ministro da educação no primeiro governo Lula, creditou como uma temeridade o fato de não haver mais gastos mínimos com educação e saúde. Pela lei, um governo deveria gastar 13,2% da receita líquida com educação e 18% com educação.

"Ainda não somos um País sério. Um país sério não precisa ter vinculação de receita para gastos com saúde e educação. Nós ainda precisamos. Precisamos de mais gastos com as duas pastas. Mas haverá redução (de gastos)", lamentou o senador.

A medida também pelos Conselhos Nacionais de Saúde e Educação.

Veja a entrevista completa:

Cristovam também afirmou que ainda espera que o governo anuncie um pacote macro para economia. "Esse pacote que foi anunciado é um cuidado necessário, mas um cuidado imediato e que visa melhorar as contas que estão quebradas agora. Eu ainda espero um pacote mais amplo, que contemple o futuro, que pense nos próximos governos. Temos que pensar na próxima década, não apenas nos próximos dois anos", complementou.

O senador comparou o governo a uma família. "O Brasil é uma família que gastou mais do que deveria e que vai ter que fazer cortes. Ou até mesmo uma empresa que não tem lucro e não vende o que produz e que vai ter que se apertar".

Pelo menos por enquanto, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, descartou a possibilidade de aumento de impostos no Brasil.

AVALIAÇÃO DO GOVERNO TEMER - Cristóvam fez a política do "morde e assopra" com o governo interino de Michel Temer, que comanda o País há duas semanas. "Temer tem um bom trânsito e capacidade de diálogo. Mas tem sito atabalhoado. Além disso, colocou pessoas no governo com suspeitas da Lava Jato. Isso não é bom".

 

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