Juro do rotativo do cartão de crédito bate novo recorde e vai a 471,3% ao ano

No cheque especial, a taxa avançou de 308,7% para 311,3% ao ano na passagem de abril para maio
Estadão Conteúdo
Publicado em 27/06/2016 às 16:21
No cheque especial, a taxa avançou de 308,7% para 311,3% ao ano na passagem de abril para maio Foto: Foto: Marcos Santos/USP Imagens


A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito bateu novo recorde em maio ao subir 18,9 pontos porcentuais e atingir 471,3% ao ano, informou nesta segunda-feira, 27, o Banco Central A inadimplência nesse segmento, por sua vez, chegou a 37,5%, a maior entre as linhas de crédito para pessoa física.

No cheque especial, a taxa avançou de 308,7% para 311,3% ao ano na passagem de abril para maio. Com isso, o patamar de juros cobrados nesse tipo de empréstimo continua como o maior da série iniciada em julho de 1994. 

A taxa média de juros no crédito livre subiu de 52,1% ao ano em abril para 52,3% ao ano em maio. No mesmo mês de 2015, essa taxa estava em 42,6% ao ano. Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 71,0% ao ano para 71,7% ao ano, de abril para maio, enquanto a para pessoa jurídica, caiu de 31,1% ao ano para 30,6% ao ano no mesmo período. 

Para veículos, os juros caíram de 26,8% ao ano para 26,3% ao ano de abril para maio. Em maio de 2015, a taxa estava em 24,8%. A baixa no mês foi de 0,5 ponto porcentual (pp). Em 12 meses, a taxa apresenta alta de 1,5 pp e, no ano, de 0,3 pp.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui também as operações direcionadas, acelerou de 32,5% ao ano em abril para 32,7% ao ano em maio. No quinto mês de 2015 estava em 27,1%. 

 

DÍVIDAS

O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 44,2% em março para 44,3% em abril. O BC começou a fazer o levantamento em janeiro de 2005 e o retrato sobre o nível de dívidas brasileiras passou a ser incorporada na nota de crédito pelo BC em agosto de 2015.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses e incorpora os dados da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (PNAD) contínua e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do IBGE. Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento apresentou leve alta em abril, ficando em 25,5% da renda anual. Em março, estava em 25,4%.

Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) subiu de março (22,6%) para abril (23,3%). Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 20,1% em março para 20,6% em abril.

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