A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) confirmou, nesta terça-feira (28), a continuação, durante 2018, da recuperação econômica que começou neste ano, mas alerta para os riscos de um elevado endividamento das empresas.
"Os créditos são necessários para sustentar a atividade econômica e a inovação, mas podem aumentar os riscos, reduzir o crescimento e aumentar as desigualdades", disse Catherine Mann, economista da OCDE, durante uma apresentação das perspectivas de crescimento desta instituição em Paris.
"A dívida privada continua a crescer", disse Mann, destacando as empresas "zumbis", que encontram financiamento graças às taxas atualmente baixas, mas que podem entrar em crise se elas subirem.
No entanto, a OCDE prevê que a economia mundial, impulsionada por seus três motores principais - os Estados Unidos, a zona do euro e a China - continuará a crescer no próximo ano. Ela estima uma expansão de 3,7% em 2018, depois de 3,6% este ano.
A instituição aumentou levemente suas previsões para os Estados Unidos, a 2,2% (+0,1% em relação às previsões de setembro) neste ano e 2,5% em 2018 (+0,1%).
A zona do euro teria resultados melhores do que os Estados Unidos em 2017, com crescimento de 2,5% (+0,3%), mas cairia a 2,3% (+0,2%) no ano que vem.
O principal impulso da economia europeia é a Alemanha, que, segundo a OCDE, crescerá 2,5% em 2017 (+0,3). No entanto, a agência prevê um leve declínio na economia alemã em 2018 (2,3%).
Entre os países emergentes, a China crescerá, de acordo com as previsões, a uma taxa de 6,8% neste ano e no próximo. O Brasil alcançaria 0,7% em 2017 (+0,1%) e 1,9% em 2018 (+0,3%).