O secretário de Justiça de Pernambuco, Pedro Eurico, vai encaminhar uma notificação, hoje a tarde, a Petrobras pedindo explicações sobre a não regularização do comércio de gás de cozinha em Pernambuco, depois de passados mais de dez dias do fim da greve dos caminhoneiros. Pedro Eurico se reuniu ontem com as distribuidoras de gás que atuam no Estado e o Ministério Público Estadual e, segundo o secretário, os comerciantes alegaram falta de empenho da Petrobras para atender todos os pedidos das revendas. Depois de entregue a notificação, a Petrobras terá até 72 horas para responder a Secretaria de Justiça.
"Hoje temos um déficit de cerca de 650 mil botijões/ dia para atender a população. As revendas trabalham sem estoques e quem sofre é a população que não consegue encontrar o gás de cozinha para comprar", afirmou o secretário. Pedro Eurico disse estar preocupado também com os comerciantes que trabalham com comida pronta e dependem do gás de cozinha para tocar seus restaurantes e cozinhas de comida típica. "Com o início do período junino que, este ano, coincide com a Copa do Mundo, a demanda pelo gás de cozinha certamente vai crescer e como será, se não existe gás nem para suprir o dia-a-dia? ", indaga o secretário. Pedro Eurico diz que a Petrobras deveria ter acionado um plano emergencial, como trazer o GLP de estados onde há sobra de produção, como o Espírito Santo e o Rio de Janeiro.
Paralelamente, o Procon estadual elaborou uma série de recomendações as distribuidoras de gás que atuam em Pernambuco para minimizar os transtornos por conta do desabastecimento. O Procon recomenda, por exemplo, que a venda se limite a apenas um botijão de 13 quilos para cada consumidor e que o preço seja divulgado através de um cartaz bem visível. "Seja na venda na distribuidora ou nos vendedores avulsos, o preço máximo pelo botijão de 13 quilos deve ser de R$ 65,00 ", diz Danyelle Sena, gerente jurídica do Procon-PE.