Sair da Ideal Saúde exige atenção

Operadora de plano de saúde está sob intervenção da ANS, que liberou clientes para ir para outras operadoras
Marina Costa
Publicado em 16/11/2012 às 15:03


A Defensoria Pública do Estado de Pernambuco tem recebido cerca de dez reclamações por dia de ex-usuários do plano Ideal Saúde que têm tido dificuldades para migrar para outros convênios médicos. A empresa, que tem 85 mil clientes em Pernambuco, quebrou e sofreu uma espécie de intervenção da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS).
Há um mês, a ANS determinou o fim das atividades da Ideal Saúde, emitiu um comunicado esclarecendo o direito à portabilidade (migração) desses clientes sob condições diferenciadas estabelecidas pelo governo. Por exemplo, quem já cumpriu carência na Ideal está dispensado de fazer o mesmo no novo plano. Vale lembrar que a migração tem de ocorrer para um plano que ofereça serviços e atendimentos equivalentes ao que o usuário tinha na Ideal.
Em meio às mudanças, a defensora pública Cristina Sakaki revela o descontentamento dos usuários da Ideal. “Recebemos informações de que, principalmente, pessoas idosas estão sendo induzidas pelas operadoras de saúde a solicitarem planos especiais”.
Ao entrarem em contato com as empresas, alguns consumidores são informados de que não podem aderir a algum plano por terem mais de 69 anos. Outros ouvem dos vendedores que precisam pagar três vezes mais do que na Ideal para terem direito a um novo plano. Por isso, para Cristina, os 85 mil consumidores que deixarem a Ideal precisam ficar alertas antes de assinar novos contratos. “É muito importante que os clientes façam uma pesquisa sobre as operadoras de saúde para saberem sobre a situação financeira delas. Além disso, se possível, é interessante ter acesso ao contrato com antecedência para avaliá-lo.”
Alguns clientes também procuram a Defensoria por não saberem quais são as operadoras que estão proibidas de venderem novos produtos. E um outro ponto que os cidadãos que vão passar pela portabilidade precisam estar atentos é sobre qual é a rede credenciada da operadora. Segundo Cristina, saber quantos hospitais, médicos e laboratórios estão credenciados é essencial.
Entre as dúvidas está a questão do tempo de carência. “Se um consumidor teve o tempo de carência determinado em seis meses e já cumpriu quatro, ele passará por uma carência de dois meses com a nova operadora escolhida, complementando assim o tempo que havia sido determinado em contrato”, esclareceu a defensora.
Em casos de dúvidas ou reclamações, os usuários podem entrar em contato com a Defensoria Pública de Pernambuco através do número (81) 3182.3704. Podem também se dirigir pessoalmente ao órgão que se localiza na Rua Estado Israel, 44, Ilha do Leite, Recife-PE. Os consumidores também podem esclarecer seus questionamentos em www.ans.gov.br ou ligar para o 0800. 701.9656.

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