Entenda o porquê do tomate estar tão caro

Seca no nordeste, chuvas no Centro-Sul e redução de área plantada levaram o preço da fruta para as alturas
Leonardo Spinelli
Publicado em 09/04/2013 às 10:41
Seca no nordeste, chuvas no Centro-Sul e redução de área plantada levaram o preço da fruta para as alturas Foto: Foto: Edmar Melo/JC Imagem


Em um ano, o quilo do tomate extra, tipo mais comum, ficou 200% mais caro no Grande Recife. Saltou de R$ 1,20 em março de 2012, para R$ 3,60 o quilo ontem, segundo cotação da Ceasa-PE. Nos supermercados e quitandas, o preço, ontem, girava em torno de R$ 4,50, mas chegou há alguns dias a cravar impensáveis R$ 10 o quilo em alguns locais. Oficialmente, no País, a alta medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 89,4% nos 12 meses encerrados em fevereiro. Já o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta 99,48% de variação anual para o tomate na capital pernambucana.

Sempre volátil, o preço do tomate sobe desde o primeiro semestre do ano passado e agora oscila em um patamar muito mais elevado que o normal. O movimento de valorização começou por iniciativa dos próprios produtores. No começo de 2012, o valor pago pelo produto estava muito baixo, mal cobria os custos com plantio e colheita. A decisão então foi reduzir a área plantada. Com isso, a oferta caiu 16% no País e, com a demanda estável, os preços aumentaram.

Eis que aconteceu o inesperado. Em um cenário de produção intencionalmente encolhida, as regiões produtoras do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, foram castigadas com muita chuva no segundo semestre e a queda se acentuou além da conta. No Nordeste, especialmente na Bahia e em Pernambuco (oitavo maior produtor do Brasil) a seca foi o motivo para o revés no cultivo. No Estado, os principais municípios produtores estão no Agreste e Sertão, onde a estiagem é mais severa.

“Se compararmos os três primeiros meses de 2013 com o mesmo período de 2012, a oferta na Ceasa-PE caiu 15,59%, de 12,7 mil toneladas para 10,80 mil toneladas. Há ainda um maior custo de produção, especialmente com o encarecimento da mão de obra. E agora em abril começa a entressafra em Pernambuco e na Bahia, que segue até julho. Vamos experimentar maior dificuldade para encontrar tomate, precisando comprá-lo do Centro-Sul, com o frete mais caro por conta do reajuste do diesel”, resumiu o diretor técnico-operacional da Ceasa-PE, Paulo de Tarso Dornelas de Andrade.

Leia a matéria completa na edição desta quarta-feira do Jornal do Commercio

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