Sílvio Meira deixa cargo de cientista chefe do Cesar

Executivo vai cuidar de outros projetos, como a empresa Ikewai
Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 09/08/2014 às 9:10
Executivo vai cuidar de outros projetos, como a empresa Ikewai Foto: Chico Porto


Brilhante e excêntrico, o cientista chefe do Centro de Estudos Avançados do Recife (Cesar), Silvio Meira, anunciou ontem a sua saída do cargo depois de 21 anos de atuação. O período inclui desde “o desenho” da instituição até a sua consolidação como um dos institutos de inovação mais respeitados do Brasil na área de desenvolvimento de produtos relacionados à Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). No Facebook, Silvio disse que vai continuar "cuidando de um monte de outros projetos: a Ikewai (empresa que investe em startups), o Porto Digital, várias startups e a instalação da Agência Recife de Inovação e Estratégia, além de começar, na próxima segunda-feira, como professor de Inovação da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro. Ele conclui o seu breve depoimento dizendo: “Sempre serei Cesar, não é porque você sai do Cesar que o Cesar sai de você”.


Somente como cientista chefe da instituição, Silvio passou 12 anos. Ocupou a presidência do Cesar por seis anos e dedicou mais três anos ao desenho e fundação da organização, totalizando 21. “Estamos passando por uma transicionalidade. Será um outro jeito de Silvio colaborar com o Cesar como assessor e consultor”, resumiu o atual presidente do Cesar, Fábio Silva. As atividades do cargo de cientista-chefe passarão a ser exercidas por Fábio, paulista que veio morar no Recife a convite de Silvio. Os dois são fundadores da instituição.

Criado em 1996, o Cesar surgiu da vontade de alguns professores do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Para se ter uma ideia de como a instituição cresceu, o instituto emprega 550 pessoas e deve apresentar um faturamento superior aos R$ 60 milhões este ano. Se somadas as empresas das quais a organização possui participação acionária, a previsão é que a receita fique em torno de R$ 100 milhões em 2014.O Cesar criou várias empresas embrionárias que, com o tempo, passaram a ter vida própria.

Silvio foi um dos que mais estimularam o empreendedorismo e a implantação de práticas inovadoras tanto no Cesar como no CIn, instituição que ele deixou em abril para se aposentar. Nas palavras dele, como cientista-chefe, era “responsável por descobrir perguntas (ao invés de arranjar respostas) e inovação em geral”.

O desligamento do cientista-chefe ocorrerá de maneira gradual em um período de um ano. Durante este tempo, Silvio exercerá a função de assessor especial da presidência do Cesar. Reconhecido na área de TIC, Silvio gosta de frases polêmicas e “não acredita em receitas”. No ano passado, publicou o livro Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor no Brasil, no qual cita alguns caminhos que podem ser seguidos por quem está interessado em inovar.

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