Quem espera um movimento de produção, conhecimento e negócios pode se frustrar ao visitar o Marco Pernambucano da Moda. No número 46 da Rua da Moeda, Bairro do Recife, o prédio centenário reformado deu lugar a uma estrutura para abrigar uma incubadora de empresas de design de produtos de vestuário, acessórios, têxteis e ambientes, além de servir de espaço para venda de produtos e qualificação dos empreendedores. Inaugurado oficialmente em março, o local ainda tem pouco movimento e quase nenhum equipamento.
Juntamente com o Programa de Inteligência Mercadológica, o Marco Pernambucano da Moda integra os dois grandes focos do Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil e de Confecções em Pernambuco (NTCPE) - Organização Social diretamente ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sdec), com um contrato de R$ 6,16 milhões e prazo de execução em três anos. A OS foi qualificada em 2012 e teve seu primeiro contrato de gestão iniciado em setembro de 2013, com o projeto de Inteligência.
O presidente do NTCPE, o empresário do Polo de Confecções do Agreste Edilson Tavares, admite os passos lentos do Marco. “O atendimento hoje é mais voltado à parte gerencial. Na hora de transformar os projetos em produtos, em volume de negócios, estamos pecando porque ainda não temos o equipamento completo”, diz. Atualmente dez empresas estão incubadas no local, mas não vão ao local com frequencia.
O projeto tem forte apoio da PetroquímicaSuape (PQS) com financiamento aproximado de R$ 2 milhões - o recurso faz parte do subcrédito social do BNDES. Desse montante, R$ 200 mil foram investidos na readequação do edifício (que já abrigou a Secretaria de Planejamento do Estado) e R$ 300 mil apoiaram os projetos das incubadas. O Marco Pernambucano da Moda ainda está à espera de equipamentos como, por exemplo, máquinas de costura e corte eletrônico, plotagem e sistema CAD, além de bancadas de desenho.
O secretário executivo de políticas de desenvolvimento, Felipe Chaves, da Sdec, informou que, até o fim do ano, o Marco começará a ganhar uma nova cara. Com o aporte da PQS, será amplamente reformado, com um térreo mais convidativo e o primeiro e segundo andares receberão novas e melhores instalações. Também está previsto o lançamento de um segundo edital de incubação e oficina de máquinas. “Esperamos que assim o Marco ganhe a cara que a gente pretende, de hub, onde as pessoas vão para ter informação e onde as empresas queiram fazer seus desfiles”, detalha.
Chaves lembra alguns ciclos de palestras regulares que já acontecem no local e alguns eventos que desembarcaram por lá, por exemplo do Sebrae e do Senac. “Mas queremos com mais frequencia. Nosso objetivo final é agregar valor”, frisa.