Depois de interditar 57 estabelecimentos no ano passado, a Vigilância Sanitária do Recife e o Procon-PE reiniciaram as fiscalizações em supermercados e distribuidoras de alimentos no Grande Recife. Os trabalhos foram retomados, ontem, numa operação conjunta dos dois órgãos, além do Ministério Público do Estado (MPE) e da Delegacia do Consumidor. A distribuidora AFP Atacado Eireli, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, foi interditada por tempo indeterminado.
Localizada na Rua Tomé Dias, a AFP funciona no local desde 2012 comercializando alimentos para mercadinhos, mercearias e padarias do Grande Recife. A ação conjunta na manhã de ontem foi motivada por uma denúncia recebida pela Vigilância Sanitária do Recife. No local foram encontradas mercadorias com prazo de validade vencido há 3 anos, alimentos perecíveis e não perecíveis mal acondicionados, presença de ratos, embalagens roídas por ratos, fezes de insetos e roedores e caixas de leite estouradas.
A operação apreendeu e descartou cinco toneladas de alimentos. Um caminhão da Prefeitura do Recife fez o recolhimento do material. “Encontramos uma situação absurda no local. Várias caixas de sachê de maionese, mostarda e catchup vencidas (com prazo de dezembro de 2011). A ingestão de um alimento desses pode levar um consumidor a óbito. Isso sem falar na falta de estrutura do local para acondicionar os alimentos. Sequer existe uma câmara frigorífica. Foi improvisada uma estrutura com um ar-condicionado e papelão para separar os produtos, como se fosse um freezer”, observa o coordenador-geral do Procon-PE, José Rangel.
Além da interdição, o estabelecimento poderá receber uma multa do Procon, que varia de R$ 200 a R$ 2 milhões e outra da Vigilância Sanitária, que vai de R$ 40 a R$ 400 mil. No momento da interdição, pelo menos 20 funcionários trabalhavam no local. O gerente Rinaldo Oliveira foi encaminhado à Delegacia do Consumidor para prestar esclarecimentos e depois foi liberado.
A gerente da Vigilância Sanitária do Recife, Adeilza Ferraz, diz que as condições do estabelecimento é um atentado à saúde pública. “As condições higiênico-sanitárias são precárias e a distribuidora só poderá reabrir depois que todas as exigências estabelecidas forem cumpridas”, observa. O promotor de Justiça, Maviael de Souza, diz que o Ministério Público vai tomar as providências para que sejam averiguadas as responsabilidades civil e criminal do proprietário e dos estabelecimentos compradores.