Produção industrial em Pernambuco caiu 2,2% de janeiro a julho

Fabricação de navios e setor de bebidas influenciaram na queda
Da editoria de economia
Publicado em 10/09/2015 às 10:00
Fabricação de navios e setor de bebidas influenciaram na queda Foto: Heudes Regis/JC Imagem


A crise no setor naval e a queda na produção de bebidas derrubou o desempenho da indústria de Pernambuco nos sete primeiros meses do ano. O setor acumula uma queda de 2,2% na produção de janeiro a julho e um encolhimento de 2,5% no desempenho de julho quando comparado a igual mês de 2014. A boa notícia é que o resultado de julho foi 3,3% melhor que o de junho, numa sinalização de recuperação da atividade no segundo semestre. O resultado foi divulgado ontem pelo IBGE, que apontou recuo em oito dos 14 locais pesquisados no País.

A suspensão do contrato do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) com a Sete Brasil para a construção de sete navios-sonda reduziu a produção no setor naval. Desde outubro do ano passado, a empresa já demitiu 2 mil funcionários. De janeiro a julho deste ano, a produção de equipamentos de transporte (embarcações) caiu 20%. Na comparação entre julho de 2015 e julho de 2014, a redução é ainda maior, chegando a 29,1%.

O resultado negativo da indústria naval também resvalou para o setor metalmecânico. Na metalurgia, a desaceleração na produção atingiu 11,8% no acumulado do ano. São empresas que forneciam para os estaleiros e viram as encomendas minguarem em função da crise na Sete Brasil, investigada pela operação Lava Jato. Dez empresas foram prejudicadas no Estado, algumas em processo de recuperação judicial. O Sindicato da Indústria Metalmecânica em Pernambuco (Simmepe) calcula em R$ 50 milhões os créditos a receber dos estaleiros e da Refinaria Abreu e Lima.

BEBIDAS

A diminuição da massa salarial da população, motivada pela inflação e pelo desemprego, derrubou o consumo de cerveja e refrigerantes no Estado. A retração na produção de bebidas, que chegou a 10,8% no acumulado do ano e a 19% só em julho também puxou para baixo o desempenho de outros setores, a exemplo de garrafas PET e latas.
A indústria de produtos de metal apresentou retração de 23,6% de janeiro a julho. A expectativa do setor de bebidas é que os indicadores melhorem a partir de agosto, quando começa a produção para atender o consumo no verão.

Já o setor de alimentos contribuiu positivamente para o crescimento da produção industrial tanto no acumulado do ano (11,3%) quanto no mês de julho (21,3%). O bom resultado foi puxado pelo aumento na fabricação de açúcar, sorvetes e picolés e embutidos de carnes.
No Brasil, a produção industrial recuou 1,5% em julho, a maior queda desde dezembro de 2014. A maior redução foi verificada no Paraná (6,3%).

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