Atualizado às 18h45
Em cinco anos, o hub da Latam (fusão entre a chilena LAN e a brasileira TAM) no Nordeste, caso seja instalado no Recife, pode causar um impacto de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Região Metropolitana do Recife (RMR), gerando US$ 500 milhões de dólares.
Esses são alguns dos números apresentados nesta quinta (17) pela TAM, como parte do resultado do estudo de impacto econômico da consultoria internacional Oxford Economics, contrada especialmente para auxiliar na escolha da companhia aérea.
Os dados foram apresentados ao governo de Pernambuco. As informações foram repassadas no início da tarde à reportagem pelo senador Douglas Cintra (PTB-PE). Os Estados concorrentes (Rio Grande do Norte e Ceará) também tiveram acesso aos resultados para as suas respectivas capitais, em reuniões separadas com a presidente da TAM, Claudia Sender, em São Paulo.
Segundo divulgou a TAM no início da noite, o estudo revela que cada dólar investido pelo Grupo LATAM no hub irá gerar entre 5,2 e 5,8 dólares em novas atividades econômicas, considerando a média dos cinco primeiros anos de operações.
De acordo com o levantamento da Oxford Economics, o hub poderá trazer um crescimento adicional de U$ 374 milhões a U$ 520 milhões por ano ao PIB das três cidades participantes, considerando a média dos cinco primeiros anos de operação, equivalendo a uma alta anual de 5% a 7%. Isso representa entre R$ 7,1 bilhões e R$ 9,9 bilhões de reais em um período de cinco anos (considerando a cotação de R$ 3,8/US$, para a data de 16 de setembro de 2015).
No mesmo período, o potencial para geração de empregos está estimado entre 34 a 42 mil postos de trabalho em toda a região Nordeste. Apenas durante o período de construção, a estimativa é que sejam gerados de 3 a 5 mil empregos.
Cintra assegurou ainda - com base em informes passadas pelo diretor comercial e de logística de carga da Infraero, André Marques de Barros, nesta quarta (16) - que, caso a Latam opte pelo Aeroporto dos Guararapes, teria condições de iniciar as obras do hub imediatamente.
Isso ao contrário do aeroporto de Fortaleza, para o qual terá de esperar o vencedor da privatização, prevista para ocorrer em abril, e de Natal, onde os custos da instalação do hub deverão ser mais elevados.
No início do mês, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, assegurou ao senador, em audiência no ministério, que a Aeronáutica está aberta a negociações para ceder à Infraero o terreno da Base Aérea do Recife, fator decisivo na candidatura do Aeroporto dos Guararapes para sediar o hub.
O resultado do estudo da Oxford Economics ainda não significa a definição final da Latam, que será oficialmente anunciada até dezembro. Mas é parte essencial do caminho para apontar quem vencerá a disputa pelo centro concentrador de voos nacionais e internacionais.
Além da inglesa Oxford Economics, outra consultoria internacional foi contratada. A Arup – responsável pelo projeto de Changi, em Cingapura, considerado o melhor aeroporto do mundo – será responsável pela análise da infraestrutura do Recife, Natal e Fortaleza. As duas estão responsáveis por mapear os pontos positivos e negativos de cada localidade.
“A avaliação do impacto econômico para a implementação do hub no Nordeste demonstra que estamos no caminho certo em acreditar no potencial de desenvolvimento do Nordeste do Brasil. Os números apresentados são bastante promissores e reforçam nossa confiança no projeto. Continuamos com as nossas avaliações, mas já sabemos que, seja qual for a cidade escolhida, não teremos apenas uma localização geográfica privilegiada para esse tipo de iniciativa, mas também vamos contribuir com o desenvolvimento da economia de toda a região”, afirmou Claudia Sender, presidente da TAM S.A., em nota.