Tramontina dribla a crise e lança linha premium de eletroportáteis

Em parceria com a australiana Breville, empresa começa a vender 30 produtos
Adriana Guarda
Publicado em 18/09/2015 às 10:05
Em parceria com a australiana Breville, empresa começa a vender 30 produtos Foto: Heudes Regis/JC Imagem


Quem ouve o empresário Clovis Tramontina falar sobre as projeções do grupo para este ano se esquece por uns instantes da crise brasileira. A Tramontina não demitiu nenhum dos seus 7 mil colaboradores no País, estima um crescimento de 17% no faturamento e acaba de lançar uma linha premium de eletroportáteis, com produtos que custam entre R$ 500 e R$ 3,5 mil. Ontem, no Recife, a linha Tramontina by Breville foi apresentada a 23 clientes do Norte e Nordeste, num evento para 70 pessoas.

Os eletroportáteis entram no portfólio da Tramontina a partir de uma parceria com a empresa australiana Breville. Num primeiro momento os 30 itens serão importados, mas a expectativa é que passem a ser produzidos no Brasil no futuro. “As negociações com a Breville começaram há 2 anos. O que nos aproximou foram valores comuns como qualidade e design”, conta o presidente do Conselho de Administração da Tramontina, Clovis Tramontina.

Fabricados pela Breville na China, os produtos vão chegar à fábrica gaúcha de Farroupilha e depois seguirão para os cinco centros de distribuição (CDs) da Tramontina no País. O mercado nordestino será abastecido pelo CD de Salvador. Os eletroportáteis serão vendidos em pontos de venda comandados por 300 clientes do grupo. Em Pernambuco, inicialmente 16 varejistas estão cadastrados para fazer a comercialização, a exemplo de Jurandir Pires e Ferreira Costa.

A linha Tramontina by Breville traz produtos como cafeteira, liquidificador, torradeira, chaleira, batedeira, grill, forno, mixer e outros itens, nas versões de 127 e 220 volts. Quatro deles serão ofertados na cor vermelha. A aposta é nos consumidores das classes A e B e nos interessados na tendência de cozinha com design. Num primeiro momento, os eletroportáteis serão vendidos apenas no Brasil, mas o grupo tem exclusividade de comercialização na América Latina. Para chegar a outros países será necessário adaptar os produtos às certificações de cada mercado (inclusive embalagens e manual na língua local).

“Apostamos no nicho premium desde 2006. Os utensílios domésticos continuam representando 75% do nosso faturamento, mas queremos crescer com itens de maior valor”, afirma Tramontina.

O lançamento da linha importada acontece num momento em que o dólar vive uma escalada. “Quando fizemos os pedidos, a cotação estava em R$ 2,80. Agora que estamos recebendo os produtos já está em R$ 3,80. Mesmo assim vamos manter os preços até o final do ano”.

Sobre a crise, ele defende que o Estado precisa redimensionar seu tamanho em vez de deixar a conta para o consumidor, com um pacote de impostos.

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