Desperdício de energia gera perdas de R$ 12,6 bilhões

Estimativa é da AAssociação Brasileira de Empresas de Serviço de Conservação de Energia (Abesco) e representa o consumo dos Estados do Rio de Janeiro e Pernambuco
Da editoria de economia
Publicado em 28/10/2015 às 8:00
Estimativa é da AAssociação Brasileira de Empresas de Serviço de Conservação de Energia (Abesco) e representa o consumo dos Estados do Rio de Janeiro e Pernambuco Foto: Bernardo Soares




A produção gerada pela usina hidrelétrica de Itaipu, se estivesse com a sua capacidade plena, é desperdiçada anualmente no Brasil pelo uso ineficiente da energia. São cerca de 50 mil gigawatts/hora por ano que deixam de ser consumidos e representariam R$ 12,6 bilhões a menos na conta de luz de todos os consumidores do País (a preços de 2014), segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Empresas de Serviço de Conservação de Energia (Abesco). “Essa energia desperdiçada representa o consumo dos Estados de Pernambuco e Rio de Janeiro durante um ano”, afirma o presidente da Abesco, Rodrigo Aguiar, acrescentando que essa estimativa é conservadora.

A ineficiência ocorre quando são usados equipamentos que gastam mais energia ou numa situação de desperdício. Mas qual a consequência que essa economia traria? “Primeiro, poderiam ser desligadas algumas termelétricas. Talvez, não precisasse ser cobrada a bandeira vermelha”, conta Rodrigo.

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Tanto a produção da energia das térmicas como a bandeira vermelha deixaram o preço da energia mais cara para o consumidor final. As primeiras estão em funcionamento desde 2012 por causa da diminuição de água nos reservatórios das principais hidrelétricas brasileiras. Já a bandeira vermelha é um mecanismo no qual o consumidor passa a pagar mais pela energia, quando a geração está mais cara – como agora – e passou a ser cobrada desde janeiro último. 

“Temos que repensar conceitos do sistema elétrico brasileiro. Um deles é o de eficiência energética, que é a geração de energia virtual. O que deixa de ser consumido fica no sistema”, conta Rodrigo. Ele argumenta que um dos motivos pelo qual nunca houve uma grande campanha nacional sobre eficiência energética é o receio dos governantes de que a medida seja confundida com um racionamento, quando as pessoas são forçadas a diminuir o consumo. 

No Brasil, há um potencial para economizar 10% de todo o consumo de energia. Por tipo de cliente, o maior potencial de redução (eficiência energética) está na residência dos brasileiros. A Abesco estima que poderia ocorrer uma redução de 15% nas casas. Esse percentual é maior do que o dos consumidores industrial, comercial e outros que poderiam economizar, em média, 6,20%; 11% e 10%.

Os grandes vilões do consumo de energia nas residências são os eletrodomésticos, principalmente o ar-condicionado. “Os equipamentos que têm o selo A do Procel são mais eficientes no uso da energia”, garante Rodrigo. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) também dá classificações ao eletrodoméstico que vão de A a E. O que gasta menos energia recebe a nota A. 

A cozinheira Varli Conceição da Silva costuma comprar o eletrodoméstico pelo preço do produto, adquirindo o mais barato. “Olhar apenas o preço do eletrodoméstico pode sair caro, porque pode resultar num gasto maior com a conta de energia”, argumenta o gestor de Eficiência Energética da Celpe, Daniel Sarmento.

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