A ineficiência ocorre quando são usados equipamentos que gastam mais energia ou numa situação de desperdício. Mas qual a consequência que essa economia traria? “Primeiro, poderiam ser desligadas algumas termelétricas. Talvez, não precisasse ser cobrada a bandeira vermelha”, conta Rodrigo.
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Tanto a produção da energia das térmicas como a bandeira vermelha deixaram o preço da energia mais cara para o consumidor final. As primeiras estão em funcionamento desde 2012 por causa da diminuição de água nos reservatórios das principais hidrelétricas brasileiras. Já a bandeira vermelha é um mecanismo no qual o consumidor passa a pagar mais pela energia, quando a geração está mais cara – como agora – e passou a ser cobrada desde janeiro último.
“Temos que repensar conceitos do sistema elétrico brasileiro. Um deles é o de eficiência energética, que é a geração de energia virtual. O que deixa de ser consumido fica no sistema”, conta Rodrigo. Ele argumenta que um dos motivos pelo qual nunca houve uma grande campanha nacional sobre eficiência energética é o receio dos governantes de que a medida seja confundida com um racionamento, quando as pessoas são forçadas a diminuir o consumo.
No Brasil, há um potencial para economizar 10% de todo o consumo de energia. Por tipo de cliente, o maior potencial de redução (eficiência energética) está na residência dos brasileiros. A Abesco estima que poderia ocorrer uma redução de 15% nas casas. Esse percentual é maior do que o dos consumidores industrial, comercial e outros que poderiam economizar, em média, 6,20%; 11% e 10%.
Os grandes vilões do consumo de energia nas residências são os eletrodomésticos, principalmente o ar-condicionado. “Os equipamentos que têm o selo A do Procel são mais eficientes no uso da energia”, garante Rodrigo. O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) também dá classificações ao eletrodoméstico que vão de A a E. O que gasta menos energia recebe a nota A.
A cozinheira Varli Conceição da Silva costuma comprar o eletrodoméstico pelo preço do produto, adquirindo o mais barato. “Olhar apenas o preço do eletrodoméstico pode sair caro, porque pode resultar num gasto maior com a conta de energia”, argumenta o gestor de Eficiência Energética da Celpe, Daniel Sarmento.