Vendas de imóveis novos na RMR caem 59% em agosto

Último levantamento da Fiepe mostra que segundo semestre não deve corresponder às expectativas
Luiza Freitas
Publicado em 12/11/2015 às 9:29
Último levantamento da Fiepe mostra que segundo semestre não deve corresponder às expectativas Foto: Foto: Michele Souza/ Arquivo JC Imagem


O segundo semestre do ano é, historicamente, o melhor período para o mercado imobiliário. Tanto em volume de vendas quanto em números de lançamentos. Economia instável, consumidores receosos e restrição ao crédito estão fazendo com que os seis últimos meses de 2015 se tornem uma exceção a essa tendência. Segundo o último Índice de Velocidade de Vendas (IVV) divulgado pela Fiepe, referente ao mês de agosto, as vendas do mês caíram 59,1% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Entre julho e agosto, 488 unidades novas foram vendidas na Região Metropolitana do Recife. No ano passado esse número foi de 903. Com a queda das vendas, muitas construtoras acabaram adiando lançamentos previstos para o segundo semestre numa tentativa de diminuir o estoque. O resultado é que, em julho, não foram lançadas novas unidades na região, algo quase inimaginável no ano passado, quando 4.383 novas unidades foram postas no mercado no mês correspondente.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Pernambuco (Sinduscon-PE), José Antônio Lucas Simon, o setor sente um golpe duplo: economia em ritmo lento e restrição ao financiamento imobiliário. “Com um ciclo longo, o setor imobiliário é o primeiro a entrar e o último a sair de uma crise. Qualquer recuperação é bem-vinda, mas ainda precisamos de uma série de respostas de mercado, do financiamento, a economia tem que girar”, pondera.

Apesar de os números não serem animadores, o mercado aposta em condições mais flexíveis de venda como estratégia para que o saldo do ano seja pelo menos neutro em relação a 2014. “Precisamos estimular o consumidor a tirar o dinheiro de suas aplicações financeiras para comprar. Hoje estamos contando mais com o cliente que é comprador, o que é movido pela necessidade de morar, do que o investidor. O mercado está vivo, a habitação ainda é uma necessidade da população”, afirma o presidente da Ademi-PE, André Callou.

Com as vendas em ritmo lento, as empresas do setor imobiliário estão reduzindo suas margens de lucros e apostando em mudanças operacionais para manter os preços e, nestes últimos meses do ano, oferecer descontos mais atrativos. “2016 vai se manter como está este ano. Se 2015 foi o ano do comprador, o ano que vem deve se manter na mesma linha”, aposta Sérgio Miranda, diretor presidente da imobiliária homônima. “O cliente só precisa ter muito critério para escolher uma construtora e imobiliária em que confie antes de ser atraído pela promoção”, lembra.

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